O Doce

Amanhã, começaremos cedo a nossa tarefa para armazenarmos o suprimento necessário para o inverno. As chuvas já se prenunciam, portanto, vamos iniciar o nosso trabalho para que não nos falte o alimento, avisou o chefe, em tom solene.

Este aviso tinha o sentido de ordem, como palavra de rei ou rainha.

Dia seguinte, logo cedo, toda comunidade iniciou a labuta com grande entusiasmo. Todos estavam bastante empenhados no cumprimento da missão, que era de interesse de cada um isoladamente e de todos, coletivamente.

A tarefa era trazer para a comunidade tudo o que fosse comestível, desde simples verduras e legumes, folhas, até doces, perecíveis ou não.

Foram vários dias de trabalho intenso. As filas de trabalhadores incansáveis, indo e vindo, em várias direções tornavam a área verdadeiro canteiro de obras. Os que iam à procura do alimento, encontravam os companheiros transportando às costas as cargas muitas vezes maiores que seu próprio peso, mas não havia reclamação nem preguiça de ninguém.

O grupo encarregado de organizar o armazenamento, isto é, os chefes de logística, eram os que mais trabalhavam, pois a quantidade de suprimentos aumentava cada vez mais, e assim, faziam o trabalho com grande contentamento, pois sabiam que a sobrevivência da comunidade dependia do esforço de cada membro do grupo.

Neste trabalho incessante, contribuíam todos, até os menores, que já acompanhavam os mais velhos, para aprenderem como fazer cada tarefa de corte, transporte de armazenagem dos alimentos.

Quando já estavam prestes a encerrar a coleta dos produtos, pois a despensa já estava quase repleta, eis que correu a notícia maravilhosa de que uma boa quantidade de suprimento em forma de doce fora deixada bem próxima ao portal de entrada da comunidade, o que facilitaria em muito o trabalho, pois as distâncias que estavam percorrendo antes já eram bastante longas, vez que a cada dia os gêneros ficavam mais distantes.

E o doce, excelente, por sinal, fora trazido em grande quantidade para a comunidade.

No dia seguinte, a dona da casa, vizinha do formigueiro, elogiava a eficiência do formicida comprado pelo marido. As formigas desapareceram e o jardim não estava mais ameaçado.

Campina Grande, PB, 10 Mai 11

Joanilson
Enviado por Joanilson em 10/05/2011
Reeditado em 18/07/2020
Código do texto: T2961729
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