O amor existe, mas não é eterno.

Resolvemos tratar deste nosso relacionamento de forma mais racional. Racional na medida em que devemos respeitar a moral e os bons costumes. Mas somos animais e, sendo assim, quebramos algumas regras, entre elas, somos amigos e nos apaixonamos.

* * *

O Natal daquele ano me causou um grande impacto: a doença de Caroline e a perda do emprego me fizeram refletir e, já que a necessidade surgiu, foi preciso agarrar qualquer oportunidade. Muito longe do que imaginei, trabalhei por doze horas diárias por trás de um balcão não tão glamoroso de uma boate. Mas o salário pagava minhas contas e isto era o principal. Jorge, a contragosto, detestava as vestimentas vulgares e eu tinha igual opinião, mas era um trabalho temporário, apenas para suprir as necessidades imediatas.

Depois, veio o verão de 1999 e ele chegou bem diferente... Nele, as esperanças se renovaram, apesar de que o amor não era mais o que fervia no meu peito. O importante era ter Jorge, um homem bom, ao meu lado . Finalmente, o emprego de garçonete em uma lanchonete surgiu junto com a oportunidade do lançamento do meu livro ´´ o amor existe, mas não é eterno``. Permaneci exteriormente inerte às mudanças que se davam dentro de mim, pois cá, já morava Marcelo, o revisor.

Caroline ficou saudável. Consegui alfabetizá-la, pois este foi o meu grande sonho materno_ alfabetizar minha filha aos cinco anos de idade. Marcelo permaneceu no consumo onírico, principalmente nas noites quentes de Fortaleza, até que...

Eliane Vale
Enviado por Eliane Vale em 27/05/2013
Reeditado em 27/05/2013
Código do texto: T4311043
Classificação de conteúdo: seguro