Sobre uma cela
E ali eu estava, presa numa cela castanho escura.
As coisas não faziam sentido ali, elas sufocavam e se moviam de forma que indecifravam mais ainda tudo ao redor.
Pensando, encarando-a, senti a cela se tornar apenas uma ilha vagando no meio do nada. O nada mais puro de todos, que não era nem branco, nem preto, nem transparente. Só o inexistente.
Quis me aproximar, quis fugir e já estava a ponto de morrer sem ar quando dei um passo a trás e vi.
Eram os seus olhos.