Sinceridade ácida

Quer ser minha? Ser sua? Sim, minha puta. SUA PUTA? Mas só quando você quiser. Não sou um objeto. Somente entre quatro paredes. Vai se foder. Isso. Isso o quê? Foder. Foder o quê? Foder você. Você ta louco? Só por você. Vê se me esquece. Não dá. Como não dá? Não sei, simplesmente não dá. Olha, esse tipo de cantada não rola comigo. E o que rola? Com você, nada. Por quê? Por que não quero. E minha opinião, não é levada em conta? Nesse caso não. Em que caso é? Em nenhum. Nunca? Nem em seus sonhos. Cê ta errada. Errada com o quê? Em meus sonhos você é minha. Então acorda. Tô acordado. Já te dei muito papo . Falta só dar outra coisa. Como você é ridículo. Talvez. Talvez?! É. Vocês homens só querem nos comer. Cê tem razão. Como ousa. A diferença é que quero te comer pelo resto da vida. Como você pode falar uma coisa dessas? Falando. Ninguém nunca falou desse jeito comigo. Então fui o único cara sincero que você conheceu. (...).

Ela não falou mais nada, deu um tapa na cara dele, virou-se e foi embora. "Apesar da sinceridade, o cara era um babaca" pensou no caminho para casa. "A verdade, as vezes não vale a pena".

Talvez em outro dia, de outra forma, com outros palavras, aquele carinha teria conquistado o coração e a calcinha dela. Quem sabe?

Gonzaga Neto
Enviado por Gonzaga Neto em 19/11/2014
Reeditado em 09/12/2014
Código do texto: T5041398
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