A ÚLTIMA ESQUINA

Dinho ficava fascinado a cada pôr-do-sol conseguido. Seus olhos, numa miopia galopante, só conseguiam enxergar o sol quando no poente. Todo dia, à tardinha, sentava-se na espreguiçadeira em frente à sua casa para maravilhar-se. Certo dia, o pôr-do-sol resolveu não lhe acontecer. Então, com o dedo, deu a arranhar as tintas das paredes e ganhou a rua... – e, logo, a primeira esquina. Deram-no como desaparecido.