Pequeno ensaio medieval

As plumas do meu elmo já não são mais viçosas

O antes vermelho, perdeu a cor, escureceu... definhou

O brilho da armadura foi se apagando...

Meu cavalo, já cego de um olho... meu fiel companheiro

Só ele sabe os caminhos que trilhamos...

O único que sabe os motivos da ferrugem na armadura...

O único que sabe os motivos das lágrimas que a fizeram enferrujar

A armadura ainda guarda marcas das batalhas...

Os amassados no peito mostra o quanto foi atacado

O coração ferido, não de morte, ainda bate...

Marcando por dentro, em vermelho, o que um dia teve brilho...

Olhando ao longe, aguardo meu mensageiro...

A galope, o estandarte azul mostrando que o selo da mensagem enviada havia sido rompido... a mensagem lida...

Chegando, vi o nada em suas mãos...

Apenas um aceno da cabeça e uma frase...

"Estava lá, o tempo todo, rompeu o selo, leu a mensagem... e apenas isso"

Coloquei meu elmo... subi meu escudo...

Montei meu cavalo cego... saí do meu refúgio... afinal, a vida é uma batalha... lutamos ou morremos... e morremos...

W. Brilhante

02/1998