NOITES FRIAS

Caminhava à noite na rua vazia. Era uma noite fria. Dava passos inseguros, imprecisos. De repente, parou em frente à uma casa. Olhou para o céu estrelado, sem lua. Ficou ali, paralisado, por alguns minutos. Ajeitou o chapéu na cabeça, fitou o chão por alguns segundos e fez menção de voltar. No primeiro passo, ouviu o ranger de uma janela abrindo-se. Parou e olhou: Era ela.

Uma voz feminina ecoou na noite:

- Por que demorou tanto?

Ele quis responder, mas a boca temia falar. Respirou fundo e uma voz embargada de emoção rasgou a noite:

- Você ainda me ama?

Ela, então, já na porta:

- Entre e nunca mais deixe que nossas noites sejam frias.

Chico Alves d'Maria

Chico Alves dMaria
Enviado por Chico Alves dMaria em 06/06/2022
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