AS AVENTURAS DE VÔ VENTURA — a beleza e seus paradoxos

 

Objetivamente, a beleza não existe. O grande paradoxo é que estamos sempre à sua procura. Vô Ventura acreditou tê-la encontrado quando viu uma gota de suor escorrendo do pescoço de uma mulher em sua cena de ginástica. O caminho inevitável da gota era escorrer entre aquela fartura de seios da moça e cair na emboscada de seu umbigo. Ou se perder antes disso, absorvida pelo tecido da blusa.

 

A moça notou seu olhar e fez uma cara entre o sorriso e o muxoxo. Vô Ventura não se fez de rogado:

 

— Não me condene, moça, pois a beleza é rara. Estou envelhecendo, mas meu olhar ainda é jovem. E, apesar dos paradoxos da beleza, o respeito até me sobra.

 

Paulo Cezar S Ventura
Enviado por Paulo Cezar S Ventura em 24/03/2023
Código do texto: T7747992
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