A MAGIA DO NATAL OU A FUGA DA REALIDADE ?
As luzes e o colorido espalham se pelas cidades de todo mundo e avivam os olhos dos pequenos inocentes e dos adultos ingênuos que, apesar dos festivos cumprimentos que recebem, não entendem realmente o sentido do Natal.
De que valem as flores e as guirlandas magnificamente ornadas, se, para celebrar uma data, a maioria das pessoas passam o ano todo mergulhados na indiferença com o próximo, buscando mais os seus próprios interesses, vivendo maquinalmente uma vida que deveria ser flor, mas torna-se espinho quando no sentido amplo, cultuam as alegorias de um Papai Noel que não existe de fato.
Fácil é, para quem pode, não somente olhar as vitrines e seus atrativos, mas dela poder desfrutar.
Fácil é, uma vez por ano, encarnar-se de um São Nicolau, e sair por aí ungindo as feridas dos pobres com presentes baratos e cestas básicas , para depois esquecê-los até o próximo ano, quando novamente volta a despertar aquela semente latente da espiritualidade natalina, espiritualidade essa muito mais afeta ao comércio do que o amor ao próximo.
Não sejamos portanto omissos com a realidade que está ao nosso lado, nas favelas, nas periferias, nos vão das pontes, nas furnas negras das cidades de pedras e nas choupanas tristes de nossos arrabaldes.
Não sejamos fugitivos da realidade que sofre, que chora um naco de pão, que tiritara com o vento frio das madrugadas sem fim.
Que não nos detenhamos somente a observar os espetáculos pirotécnicos que clareiam as noites festivas de fim de ano, mas que possamos refletir que, em vários cantos do mundo o estrondo de foguetes e mísseis não levam nenhum brilho aos olhos das crianças, mas dor ,sofrimento e sangue aos nossos irmãos.
Que possamos todos os dias viver a magia do Nascimento em nosso interior, o mesmo nascimento do ser Supremo que para salvação do mundo viveu entre nós como homem, morreu como homem e destrói o mal como Deus, como ele o É.