meu irmão de outra mãe;
Já faz oito meses que estou longe de Oeiras e das muitas coisas e pessoas que sinto saudade.
Hoje como é o "dia da mulher" poderia ta sentindo a falta de muitas mulheres importantes na minha vida: da minha mãe (que deu a vida pra cuidar de mim), das minhas cinco irmãs ( Jaíme que fez-me tantas afrontas, jhenitt tantas brigas de irmão é claro, "Tainá, Anne, Laura as três com quem não deram-me o direito de brigar e nem de brincar ), das minhas primas (com quem passei minha infância), das minhas tias (que eu sei, que muito amam-me ), das minhas amigas e até mesmo das meninas que um dia amei.
Mas sinto uma saudade tão grande do meu irmão (mesmo, não tendo irmão de sangue)
O Renato...
Cara eu hoje chorei ao lembrar...
Evito ligar pra casa, porém minha mãe todas as noites nunca se esquece de ligar-me, só pra saber como foi meu dia, conto tudo ( ou quase tudo) e no final da conversa, pergunto pelo Renato e com uma voz triste, meio até de choro mamãe diz:
-"O Renato não mora mais com a gente, a mãe dele levou ele por sítio".
Eu sinto pelo vibrar da voz da mamãe, a falta que o Renato faz até pra ela. Então agente despede-se desligo o celular e fico pensando, nos momentos bons que o Renato me proporcionou[...]
Com lágrimas nos olhos lembro-me das manhãs[...]
Eu estudava pelo horário da manhã, levantava cedo, o Renato tava dormindo e então eu o acordava[...] Ele ficava de pé olhando-me, apontava o dedinho dele no meu rosto e dizia:
- "não gosto mais de ti".
Então ele fazia igual o Chávez:
- "pi,,,pi,, pi..pi.. Pi..pi..pi.. Pi".
Ele ainda de pé se cobria com o lençol e nós começávamos a brincar de fantasma, mamãe ficava muito brava, é que ela ainda queria dormir. Tinha que sair escondido por que ele chorava pra mim não ir. Quando vinha chegando ele saia correndo pulava em mim e dava-me um abraço, com toda a força que ele tinha e falava:
- "mano me leva no ombro".
Colocava-o no meu ombro, e ele ia todo feliz e dizia:
- "mano compra merenda pra nós [...]"
Eu comprava ele pegava da minha mão e saia correndo dizendo:
- "é só meu".
corria atras dele falando:
- "mano me dar um pouquinho"
Ele falava:
- "ni, na, ni,na não [...]"
Meu Deus! São tantas as lembranças.
Quando descobri que ele sabia nadar, foi um dia muito emocionante [...]
Vinha chegando do trabalho (trabalhava na padaria) e nesse dia não vir o Renato, fui lá na ponte quando olho pra de baixo. O Renato tava lá embaixo. Fiquei com muito medo, ao ver batendo os braços pensei que ele tava se afogado[...] Mas não, ele tava nadando, então comecei a grita "vem mano" e ele vinha na minha direção e quando ele chegou muito contente disse:
- "falei que eu sabia, falei que sabia".
Depois que a mamãe contou-me que ele chegou na beira da ponte e jogou-se na água, ela quase tive uma parada cardíaca (morre do coração), quando ela deu ele apareceu (do fundo do rio que não era tão fundo) nadando [...]
São tantas lembranças de três anos que se passaram tão rápidas e que nunca ira voltar [...]
Sei que quando voltar pra Oeiras, talvez encontre o Renato, mas tenho certeza, que não vai se o mesmo Renato, ele ta morando com outras pessoas sofrendo influências diferentes das nossas, talvez melhores ou talvez não. E sei também que não voltará pra Oeiras o mesmo Lucas, pois também estou sofrendo influências [...]
Porém de fato, se não voltar o mesmo Lucas e se ee não encontrar o mesmo Renato, saibam todos, que sempre seremos irmãos, mesmo que nosso sangue seja diferente, mesmo que não sejamos as mesmas pessoas...
Para sempre te amo meu irmão[...]