A MÁQUINA DE SONHOS - PARTE 1

A Máquina de Sonhos

CAPÍTULO 1

Narração:Há cerca de 30 anos atrás, felicidade era daquelas encantadoras pequenas cidades localizadas no interior do país.Suas nuvens brancas, seu ar puro e o céu azul quase cor de anil abrigavam uma pequena população.As crianças corriam e se divertiam pelas praças, os idosos como de costume colocavam as cadeiras do lado de fora das casas para conversar e ouvir rádio.Tudo era muito tranquilo naquele lugar, ou pelo menos aparentava ser...

(Latido de cachorros) (Barulho de crianças brincando)

CENA 1

(Grito de Susto)

Os cachorros latindo pelas avenidas e os gritos apavorados de uma respeitável senhora da cidade vinham anunciar mais uma travessura daquelas crianças,o pequeno Álvaro e a jovem Helena.E assim tudo começou...

-Ai Helena, será que deveriamos fazer isso mesmo ? Poxa e se nossos pais descobrirem ? E se pegarem a gente ? Estamos fritos ! - Dizia Álvaro ao olhar para Helena com o medo estampado em seus grandes e profundos olhos azuis.

- Deixa de ser bobo Álvaro,já estamos aqui em frente à casa, quer dizer então que agora você virou um medroso é ?Medroso, Medroso ! - Provocava a esperta Helena.

(Risos de Álvaro)

- Cala a boca eu não sou nenhum medroso, se você não estivesse ai em cima da árvore ia ver só uma coisa ! - Gritava o garoto, tentando convencer a amiga e à ele próprio.

- Então prova seu bebê chorão ! - Helena provocava ainda mais o amigo.

-Tudo bem, eu vou bater na porta da casa da professora Lourdes e chamá-la até aqui, mas vê se acerta esse balde nela já que você é tãaaooo espertalhona- Álvoro responde com ironia à provocação.

-Haha Aquela velha chata vai ver só, quem mandou ela tirar nosso recreio por uma semana ?

(As crianças riem)

(Som de um balde sendo puxado por uma corda)

(Som de passos de Álvaro)

Narração: E Álvaro finalmente tomou coragem para ir à casa da professora Lourdes, afinal como ela ousava deixar aquelas crianças puras e ingênuas sem poder se divertir no recreio por uma semana inteira na escola,pobres anjinhos.Quando o menino tocou à campanhinha viu-se a figura da Bruxa, ops quer dizer da professora, aos 47 anos pesando 90 quilos distribuidos em 1, 50 m de altura, a professora (sinal boxe).Enfim, ela atendeu à porta e deu de cara com o garoto.Nesse meio tempo Álvaro se mostrou muito arrependido das brincadeiras que ele e Helena faziam na escola e disse à professora que gostaria de se desculpar enquanto à levava para o lado de fora da casa.

Helena já estava posicionada com um balde cheio de lesmas nas mãos esperando a megera, ops quer dizer, a professora chegar para ser atirado de cima da árvore.Os olhos amendoados e o sorriso largo quase conseguiam disfarçar o jeito ''pestinha'' daquela moreninha de apenas 12 anos.

CENA 2

Eis que mesmo se borrando de medo,Álvaro conduziu a professora para debaixo da árvore onde sua amiga pestinha aguardava ansiosamente.E aproveitando que a senhora não havia notado à presença da menina, o garoto sinalizou com uma singela piscadela para que Helena atirasse o balde com lesmas na professora gorducha e completasse a travessura.

(Som de Balde caindo)

Foi um alvoroço só, a senhora Lourdes deu um grito tão alto que tamanho o susto foi capaz de acordar toda a cidade.Vieram os padres, as mães de família, o padeiro, o açougueiro, gato, cachorro, papagaio (barulho pra acelerar a fala).Enlouquecida a professora Lourdes tirava a roupa numa inútil tentativa de se livrar das lesmas que na verdade só fazia mostrar uma lingerie ridícula, que era quase transparente exceto pelo nome''Wando" escrito nela, é o cantor mesmo, exatamente como você está pensando.Em meio à esta cena um tanto bizarra ela gritava:

- Alguém pegue esses dois pestinhas !

(Barulho de pessoas correndo)

(risos das crianças)

A essa hora já havia os padres, mães de familia, cachorros,gatos e papagaios já estavam no encalço das crianças, que corriam desesperadamente.

- Corre Helena, eu sabia que a gente ia se dar mal ! - Disse Álvaro, medroso como sempre.

-Ah mas fala sério, foi a melhor brincadeira que já fizemos até o Padres não estão conseguindo parar de rir, olha lá ! - Dizia Helena enquanto ria e se vangloriava da travessura, olhando para as pessoas que os estavam perseguindo.

- Cuidado ! - Gritou Álvaro para alertar a amiga que estava distraída e quase foi atropelada por um automóvel.

( Som de Freiada brusca de carros)

- Não podemos deixar que eles nos peguem, é melhor nos escondermos ! Rápido ! - Sugeriu Helena ofegante e um pouco cansada.

- Já sei, vem comigo ! - Disse Álvaro puxando a amiga para uma das vielas que cortavam a avenida.

CENA 3

(Barulho de chuva)

Narração: Já estava entardecendo e as crianças conseguiram se esconder atrás de uma caçamba de lixo enquanto a multidão que os perseguia passou reto pela viela sem avistá-los.Porém dada a escuridão do local e pressa das crianças ao tentar fugir da professora Lourdes, Álvaro e Helena estavam completamente perdidos,sem dinheiro e sem saber como voltar pra casa.

- Ufa conseguimos escapar, sabia que eles não eram pário para nós haha - Disse Helena se divertindo com a situação.

- Helena sua louca ! Você e eu.... ahhh a gente podia ter morrido ! Sabia que você quase foi atropelada ? - Disse Álvaro.

- Ah Álvaro para de ser exagerado vai, o importante é que a gente se divertiu - Afirmava Helena.

- Hey você tá reconhecendo esse lugar ? Porque eu não faço a mínima idéia de onde estamos e de como vamos voltar pra casa. - Afirmou Álvaro se levantando e olhando em volta com os olhos azuis arregalados.

- Espera loirinho..., aquela ali em frente não é a casa de número 73 ? - Disse Helena.

Narração: As crianças brincavam nos arredores da praça central e ali praticavam quase toda a sorte de diabruras possíveis, apertavam as campanhinhas e saiam correndo, subiam em árvores, pulavam os muros das casas vizinhas para apanhar ''pipa', e atormentavam professoras.Contudo tinha uma travessura em especial que todos temiam realizar, entrar na casa que ficava ao final da viela, a casa de número 73.

(Barulho de Chuva forte e Vento)

Muito pouco se conhecia sobre a casa número 73, aquele lugar parecia abandonado a muitos anos e nunca se via os moradores dela.Nas tradicionais festividades do aniversário da cidade eles nunca estavam presentes, contudo era possível saber que alguém morava ali por causa das janelas dos quartos que eram abertas todas as manhãs.Os moradores mais antigos da cidade supunham que os estranhos vizinhos pudessem se tratar de bruxos ou fantasmas.E mesmo apavoradas e com frio na barriga, as crianças não poderiam deixar de conferir se estavam mesmo diante da casa "mal-assombrada":

(Chovendo forte)

- Helena vamos sair daqui, a gente já está perto demais desse portão dizem que tem fantasmas ai dentro, por favor vamos embora. - Disse o Álvaro quase chorando de tanto medo.

- Eu também estou com medo mas só tem um jeito da gente saber....- Diz Helena

( Barulho de um trovão assustador)

( Trilha sonora "Terror" )

( As Crianças gritam desesperadas).

(Uma janela da casa se fecha abruptamente)

Narração: Naquele momento Helena sentiu um vento frio tocar suas costas, ali ela teve certeza de que estava diante de algo muito estranho.As janelas da casa se fechavam uma após a outra rapidamente e o vento forte tocava as folhas das árvores fazendo as crianças se apavorarem e gritar ainda mais.

(Trovão)

(Barulho Vento e Chuva)

(Barulho de porta rangendo)

E agora quem ou o que está por detrás da porta ? Qual o mistério da casa 73 ? Será que nossos amigos vão conseguir se salvar ? Não perca no próximo capítulo de : A Máquina dos Sonhos.

FIM DO CAPÍTULO 1

Larissa Artiaga
Enviado por Larissa Artiaga em 04/11/2014
Código do texto: T5023543
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