TEACHER VII - DESCULPAS - CAPÍTULO 7

DESCULPAS – Capítulo 7

No domingo seguinte, Décio, Luíza e Tereza foram fazer uma visita ao casal e o almoço ficou por conta das duas visitantes, já que Laura ainda não podia ficar muito tempo em pé. Enquanto os dois homens foram providenciar as bebidas, as mulheres ficaram colocando as novidades em dia.

Tereza viu na parede do quarto do bebê, o quadro que Laura havia pintado com o rosto de um menininho e perguntou:

- Quem te deu a dica, Laura?

- Dica do que? - ela perguntou, trocando o filho no trocador.

- De como o Rupert era quando garotinho.

Laura olhou para ela e não entendeu. Tereza voltou-se para ela.

- Esse é o Rupert, não é? Ou é o Leo?

Laura arrepiou-se toda e disse:

- Não... Eu pintei esse quadro a esmo. Nem estava grávida ainda.

- Mas esse não é o Leo, mesmo. Está muito grandinho pra ser o Leo É o Rupert. É a cara do Rupert quando garotinho. O pai dele tinha um álbum de fotos que gostava de mostrar pra mim quando eu ia lá na casa deles. Ele era assim com cinco ou seis anos de idade.

Laura ficou sem fala. Luíza percebeu.

- Você está bem, Laura?

- Estou… Está tudo bem, mas eu nunca vi esse álbum. Nunca vi nenhuma fotografia do Rupert quando criança. O pai dele me falava muito sobre ele quando pequeno, mas nunca me mostrou nenhuma foto...

Agora foi a vez de Tereza arrepiar-se.

- Nossa! Então como você pintou esse quadro assim tão... fiel?

- Não sei. Ele apareceu na minha cabeça do nada.

- Seo Régis deve estar por aqui... disse Luíza, olhando em volta.

- Ele ainda estava vivo quando eu pintei, Luíza...

- Ah, sei lá...

Ela foi pegar Bob no colo e ainda continuou assustada. Tereza e Laura riram, mas também ressabiadas.

- Vamos falar de outra coisa, gente? – Tereza sugeriu, aproximando-se do bebê. – Você não vai poder ir ao baile da gente, vai, Laura?

- Vou, claro que vou! Não perco por nada. O Leonardo já vai estar com quatro meses. O Bob não tinha mais ou menos a mesma idade quando foi no do ano passado?

- É isso aí, professora! Qualquer coisa, vai ter muita gente pra ajudar.

Laura sorriu e levantou Leonardo no colo, beijando seu rosto.

- A gente vai no baile do papai, não é, bebê? Se Deus quiser!

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No início, enquanto Laura não tinha tanta necessidade de sair de casa, Rupert ia para a faculdade e para o trabalho com o carro dela, mas conseguiu comprar de volta sua moto e passou a se sentir mais livre e independente.

Um mês depois, no final de novembro, após uma pequena reforma na casa de seo Régis, Laura e Rupert mudaram-se para lá. O antigo quarto de Rupert foi reformado para ser de Leonardo quando ficasse com idade para dormir sozinho e nele continuou a cama antiga de Rupert, da qual Laura não quis se desfazer de jeito nenhum.

Para o quarto do casal, antigo quarto de Régis, claro, foi levada a cama de casal de Laura. Como agora Laura e Tereza moravam na mesma rua, a moça não saía de lá e à tarde ajudava a professora a cuidar do pequeno Leonardo.

Certa tarde, após colocar o filho para dormir, Laura olhou pela janela e viu um carro familiar estacionar diante da casa.

- Tem alguém chegando aí... ela disse para Tereza, que dobrava as roupinhas do pequeno na gaveta dele.

- Quem é?

- Não tenho certeza…

Laura foi para a sala. Abriu a porta e viu Matheus saindo do carro. Ela saiu no jardim e ele se aproximou dela. Estava muito diferente.

- Oi, Laura.

- Oi, Matheus... O que você... está fazendo aqui?

- Você não vai mais à faculdade e... eu precisava falar com você.

- Você sabe por que eu não estou indo...

- Sei. Eu sei…

- Quer entrar?

- Não! O que eu vim te dizer é bem rápido. Eu só queria... te pedir desculpas... pelo que eu fiz... no baile. Eu soube que você... quase morreu e... lamento muito por isso.

Laura não disse nada, apenas esperou.

- Eu estava... com raiva do... seu marido... mas acho que exagerei um pouco...

- Que bom que ele não está em casa. Está trabalhando. Muito conveniente pra você vir aqui comigo sozinha em casa. Como você descobriu meu endereço?

- Perguntei no RH. Fiquei bem surpreso em saber que você tinha mudado... pra cá. Tão longe... É a antiga casa do Rupert, não é?

Ela nem respondeu, pois sabia que ele já conhecia o lugar.

- Uma mudança meio brusca de vida, não foi?

- Foi só pra isso que você veio até aqui, Matheus? Se foi, eu estou ocupada. Meu filho deve estar precisando de mim lá dentro.

Ele olhou para a janela da casa e suspirou.

- Não vim pra te aborrecer, fique sossegada. Só vim mesmo te pedir desculpas. Seu filho está bem?

- Graças a Deus e o pai dele também.

- Você vai voltar a trabalhar no ano que vem? Você faz falta, Laura.

- Ainda estou pensando nisso.

- Você me perdoa?

- Eu não tenho nada contra você, Matheus. Só espero que você me deixe viver a minha vida do meu jeito. Você se preocupou demais e se meteu demais na minha vida e na do meu marido. Espero que você... seja feliz. Sinceramente... Agora, eu preciso realmente entrar...

- Tudo bem... Espero te ver de novo trabalhando... Tchau, Laura.

- Tchau, Matheus.

Ele voltou para o carro, entrou e se foi. Laura passou as mãos pelos cabelos e voltou para dentro da casa.

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Welcome to my dreams...

CAPÍTULO 7

Velucy
Enviado por Velucy em 19/11/2017
Reeditado em 19/11/2017
Código do texto: T6176361
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