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Publicada pela Mafra Editions, uma casa editorial com sede em Joinville/Santa Catarina, o romance histórico 'Aquela Noite Em Auschwitz é uma obra que já emocionou milhares de leitores no Brasil e no mundo. A Alemanha nazista presenciava a forte iminência da Segunda Guerra Mundial. Diante de um cenário cada vez mais caótico e discriminatório, Lindie, uma adolescente carismática e de opiniões fortes, vê-se em meio a um dilema: apoiar o regime de Adolf Hitler, assim como seu pai, um general de elite, e seu namorado, o soldado Joseph, ou ir contra toda a barbaridade que assolava seu país?Em uma Berlim cada vez mais dominada pelos ideais do Terceiro Reich e com a literatura e a ciência censuradas, Lindie não desiste de lutar por sua educação e acaba conhecendo Steve, um jornalista e professor universitário, por quem se apaixona.Dividida entre dois amores, a jovem ainda precisa encontrar uma maneira de salvar suas amigas judias, capturadas pela polícia alemã.Um emaranhado de propósitos e causas fará com que Lindie viva episódios que colocarão sua vida e a vida de sua família em risco. Suas decisões também se refletirão em seu coração, mostrando que, mesmo em meio a tanta barbárie, seu único pilar é o amor.

 

Capítulo 01 

O Menino

O menino, como de costume, levantou-se cedo naquela manhã. Sua mãe sempre o levava para o mosteiro que ficava a poucos minutos de sua casa. Ele era coroinha fervoroso e dedicado, e, além de tudo, cantava no coral. Tinha apenas oito anos de idade, mas já era admirador da dedicação e missão dos sacerdotes.

Ao fim de mais um ensaio dos cânticos, naquele dia de sol, a mãe do menino ainda não havia voltado para buscá-lo. Foi quando, enquanto brincava de correr com outros garotos, parou e avistou, pela primeira vez, com mais atenção, a imagem da cruz diferenciada no frontão do mosteiro. Era a suástica, que até aquele momento, especialmente na Índia, era considerada um símbolo positivo do movimento perpétuo da humanidade. A imagem dessa cruz jamais sairia da cabeça daquela criança.

De repente o menino ouviu a voz de sua mãe chamá-lo:

— Adolf. Meu filho, vamos para casa.

Ele olhou para trás de modo brusco, como quem tem seus profundos pensamentos interrompidos. Adolf seguiu em direção a sua mãe, mas não sem antes olhar mais uma vez para trás. Ele queria contemplar pela última vez naquele dia a imagem que tanto o fascinara.

 

Capítulo 02 

Primeira Guerra Mundial

 

Para Hitler a primeira guerra mundial havia sido a ocasião mais nobre de toda sua vida. Ao longo de quatro anos, Adolf foi cabo do exército alemão, onde serviu como mensageiro do décimo sexto regimento de infantaria da Baviera. Ele cruzava as trincheiras, no meio do combate, e entregava mensagens aos soldados. Essa era uma missão arriscada e, por ser bem-sucedido em sua tarefa, Hitler recebeu a condecoração da cruz de ferro.

Com o passar do tempo, o jovem Adolf tornou-se um nacionalista radical, além do que, ainda nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, ele teve a ideia de fazer parte da política. Foi uma época em que aprendeu a cultivar a camaradagem com seus parceiros de guerra. Uma sequência de fatos relevantes fez crescer seu engajamento na política.

Foi na noite de 13 de outubro de 1918 que uma bomba de gás explodiu na trincheira, deixando Hitler cego por algum tempo. Nessa ocasião, vários soldados alemães no front acabaram por ter que recuar, além de que muitos deles foram aprisionados pelos inimigos. Assim, os franceses passaram a ser inimigos dos alemães, porém estes, mesmo diante da derrota, decidiram marchar com dignidade pelas avenidas dos países inimigos.

 

Capítulo 03 

Ideais 

 

Como tudo nesse mundo, a Primeira Guerra havia acabado. Nessa época aconteceu algo que Adolf entendeu como sendo um novo recomeço: ele recuperou a sua visão, o fato ocorreu em um hospital militar localizado ao norte de Berlim.

O início da república alemã surgiu com o fim da monarquia, quando o príncipe que reinava na época abdicou do trono. Naquele momento Hitler ouviu uma voz vinda do fundo de sua consciência e afirmou que essa voz o havia convocado a realizar um grande feito: a libertação do povo alemão e a restauração da grandiosidade da Alemanha, que padecia com miséria e fome alarmantes. Na consciência de Adolf, a nobre águia alemã fora destruída pelo domínio dos judeus na Alemanha.

Já naquela época, o antissemitismo era fato antigo e consolidado, a novidade era que tanto os judeus mais pobres quanto os judeus mais ricos e da classe média eram feitos de bode expiatório diante das situações de crise e conflitos. Quase tudo passou a ser culpa dos judeus, que eram os proprietários de grande parte das empresas e comércios na Alemanha.

Diante desta realidade, recém-saído do exército, Hitler estava decidido que este fato teria que mudar, custasse o que custasse. Ele acreditava que a Alemanha teria que ser devolvida aos alemães. Mesmo assim, existia a chance de Hitler ter o sangue judeu correndo em suas veias, isso porque a identidade de um de seus avós paternos não era conhecida. Além disso, segundo a futura lei nazista, que seria instaurada no país para que alguém não fosse perseguido por suas origens, era preciso que a pessoa provasse que nenhum de seus quatro avós era judeu.

A cruz que ainda criança Adolf admirara no frontão do mosteiro receberia uma interpretação deturpada do nazismo. A cruz suástica passaria a ser, segundo sua ideologia, o grande símbolo da raça ariana, para os nazistas uma raça envolta por misticismo, uma raça de homens altos, loiros, magros e de olhos azuis. A eles Adolf acrescentou o capacete e uma áurea dourada da raça superior.

 

 

Adolf sempre dizia em seus discursos: “O jovem alemão deve ser magro, ter pernas longas e ser rápido como uma lebre, forte como um touro e resistente como o aço. Nós estamos determinados a criar uma nova raça”.

A mãe de Adolf faleceu com apenas quarenta e sete anos de idade. Essa morte o abalou, porque ela havia sido a única pessoa que ele verdadeiramente amara em sua vida. As lembranças do mosteiro não saíam de sua mente. Ela foi uma mãe amorosa e dedicada.

Em todos os aniversários de Adolf, a imagem dela dominava não somente suas lembranças, mas também tudo ao seu redor.

Logo após a morte de sua mãe, quando contava com seus dezenove anos de idade, ele se mudou para a cidade de Viena. Por mais incrível que pareça, Hitler não tinha a menor intenção de se tornar um político; na verdade, seu grande sonho era se tornar um artista importante. Ele pintava quadros e desenhava. Seu maior objetivo era ser aceito e ingressar na Academia de Belas Artes. Durante um período Adolf se manteve com o dinheiro que recebeu de herança, levando por um tempo a vida boêmia de um artista.

Quando Hitler se deu conta de que havia várias comunidades estrangeiras vivendo na capital austro-húngara, como os checos, polacos, italianos e judeus, ficou indignado e afirmou tempos depois que essa situação era uma verdadeira profanação da raça!

 

Jamila Mafra 

 

 

 

 

 

Mafra Editions e Jamila Mafra
Enviado por Mafra Editions em 21/08/2023
Código do texto: T7867099
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