DEUS, OBRIGADO !

Obrigado, oh Deus !

Pois justamente quando

Meu corpo se resignava

Os joelhos se dobravam

A visão se consumia

Em última ação

Justo quando mais pesava a cruz

E estalou a chicotada

Lá ao pé do abismo

Onde me achei sozinho

Isoladamente atento

Ao meu passado

E uma blasfêmia era gerada

No meu peito

Meus lábios se abriram

Com dolorida súplica :

- Pai ! Pai !

Lá beirando o abismo

Foi que alcancei a Tua Face

E não eras Meu Pai apenas

Mas também meu Irmão

E minha Luz

Eras um amigo do qual eu não lembrara

E que mais falta me fizera por toda a vida

Justo naquela hora

Há 32 anos

Foi que acordei, febril

E senti teu vulto

Saindo de junto de minha redinha

Após arrumar o lençolzinho de algodão cru

Mediu minha temperatura

E, balançando a rede pelos punhos, de leve

Sussurrou :

- Dorme, Marconi, dorme !

Dorme, meu menino !

Tudo agora está em Paz !

Marconi Barros
Enviado por Marconi Barros em 22/01/2009
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