SÚPLICA DE UM POETA



            Senhor.

            Consciente de meus inconscientes pecados, aqui estou diante de vós, despido de todas as vaidades, com o puro da minha alma implorando o vosso perdão às impurezas do meu corpo. Porque a minha alma é fruto da castidade divina e sofre as horas de cada dia em que meu corpo se perde na explosão dos sentidos carnais. É ela, Senhor, quem vos fala nos versos em que canto o amor e o doce encanto do vosso nome. É ela que, dentro de mim, estende as minhas mãos de súplica, muito embora em meu íntimo eu me perceba frágil e hesitante entre as tramas do desejo mundano e essa luz, quase imperceptível, que me aponta caminhos, os mais difíceis, para a salvação.
           Dai-me forças, Senhor, para que eu me supere e me torne infinitamente imenso em minha fé, Para que eu possa bater no peito e vos pedir, crente da minha superação e da aceitação vossa à minha súplica, a vossa misericórdia.

Odir, de passagem