Invocação a Mariama

Missa dos Quilombos – Invocação a Mariama: obra criada por Dom Pedro Casaldáliga e pelo poeta Pedro Tierra em parceria com o compositor e cantor Milton Nascimento, é um espetáculo que mescla cantos, danças e representações e segue a estrutura de uma missa, e foi apresentada pela primeira vez em 1981, na Praça do Carmo, em Recife (PE).

“Mariama, Mãe dos homens de todas as raças, de todas as cores, de todos os cantos da Terra.

Pede ao teu filho que esta festa não termine aqui, a marcha final vai ser linda de viver.

Mas é importante, Mariama, que a Igreja de teu Filho não fique em palavra, não fique em aplauso.

Não basta pedir perdão pelos erros de ontem. É preciso acertar o passo de hoje sem ligar ao que disserem.

Claro que dirão Mariama, que é política, que é subversão. É Evangelho de Cristo, Mariama.

Claro que seremos intolerados.

Mariama, Mãe querida, problema de negro acaba se ligando com todos os grandes problemas humanos.

Com todos os absurdos contra a humanidade, com todas as injustiças e opressões.

Mariama, que se acabe, mas se acabe mesmo a maldita fabricação de armas. O mundo precisa fabricar é Paz. Basta de injustiça!

Basta de uns sem saber o que fazer com tanta terra e milhões sem um palmo de terra onde morar.

Basta de alguns tendo que vomitar para comer mais e 50 milhões morrendo de fome num só ano.

Basta de uns com empresas se derramando pelo mundo todo e milhões sem um canto onde ganhar o pão de cada dia.

Mariama, Senhora Nossa, Mãe querida, nem precisa ir tão longe, como no teu hino. Nem precisa que os ricos saiam de mãos vazias e os pobres de mãos cheias. Nem pobre nem rico.

Nada de escravo de hoje ser senhor de escravo de amanhã. Basta de escravos. Um mundo sem senhor e sem escravos. Um mundo de irmãos.

De irmãos não só de nome e de mentira.

De irmãos de verdade, Mariama.”

Fonte Google.

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Neste dia em que se comemora sem muito brilho a Lei Áurea, que iniciava um processo da abolição da escravatura no Brasil esta pagina infeliz de nossa historia, marcada por maldade e desamor ao ser humano, com anuência de uma igreja submissa. Iniciava-se um processo ainda mais perverso a um povo arrancado de suas origens. Inicia-se o abandono, a discriminação e o preconceito, que perdura até os dias atuais.

13 de maio de 1888, depois de tanto tempo e ainda persistem situações semelhantes.

Por quê?

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 13/05/2011
Código do texto: T2967271
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