Cnfissão de idoso e lição para os jovens

CONFISSÃO DE IDOSO

(lição para os jovens)

Iran Di Valença

Poeta e escritor

Que não ama (a dor )

Até, mais ou menos os 75 anos,

Consumidos por mim, como idade,

Não provara o ranço da velhice

E dela abusava como rabugice

Dos que perdiam a mocidade.

Diz o ditado popular:

Não há como um dia atrás do outro.

Daí os anos foram me corroendo,

A pele fenecendo e enrugando

E todas as juntas doendo

E aos 86ª. passei a me julgar.

Hoje, venho retirar o que disse,

Gozando dos outros a rabugice.

A idade dobrou minha vaidade,

Compreendi as dores da idade

E eu retiro tudo que disse.

Até desdenho dos que dizem,

Que a idade está na “cabeça”,

Que o espírito é eterno.

Hoje, até exijo que se prove,

Depois da morte isso aconteça.

Embora, ainda não seja um velho

E sim um idoso e não senil,

Hoje já passei a pensar no além

Como novo sistema de vida,

E isso deixa minha mente a mil.

Entre os atuais pensamentos,

Há um que quero destacar:

Longa vida me foi concedida

Com livre arbítrio o bem converter,

Se fiz algum mal, foi sem saber.

Embora, seja desculpa esfarrapada,

O livre arbítrio acompanhou a intuição.

Assim não há perdão para os erros

E todos devem seguir o caminho do bem,

Porque na lei de Deus não há opção.

Dizem que a Lei de Deus perdoará

Setenta vezes sete,

Ouso tentar me enquadrar no item,

Fazendo uma oração de fé:

Deus e seu amado filho Jesus,

Não atenda mais meus pedidos,

Suplicas em meu favor e/ou de terceiros,

Porque Vos nos destes o máximo:

A vida, o segredo de sua geração

Que nos permite perpetuar

A nossa própria espécie;

Uma natureza que é um paraíso,

Com belos espécimes dos reinos,

Sobretudo nos destes uma mente

De prodigiosa inteligência

E a carta de livre arbítrio, com a ordem:

Ide! Crescei-vos e multiplicai-vos!

Depois, Vós enviaste Vosso filho Jesus

Para nos ensinar como desfrutar da vida

Amando ao próximo e a Vós.

E o humilhamos e crucificamos.

Passados vinte e um séculos,

Continuamos portando a bandeira

Do egoísmo, da vaidade e do desamor.

E depois de Vossa ação de generosidade,

Estes vossos ingratos filhos,

Verdadeiros hipócritas,

Rezam e oram Vos suplicando bem estar,

Quando têm obrigação de se ajoelhar

Perante Vós, Vosso filho

E Maria que teve seu ventre abençoado,

Para agradecer-vos.

Então, fazendo exame de consciência,

Vós imploro, sem pejo de envolver todos.

Ó DEUS, FAZEI OUVIDOS MOUCOS!

Todavia, Vos peço vênia, para a exceção:

Confidencialmente, entre nós,

Conversa de filho ingrato pra Pai:

Permita-me acertar numa Mega Sena,

Das que mais de cinqüenta milhões!

Prometo guardar segredo

Para evitar “olho de seca pimenta”.

Iran Di Valencia
Enviado por Iran Di Valencia em 18/09/2011
Código do texto: T3226197