DESAMPARO ESPIRITUAL

DESAMPARO ESPIRITUAL

Ó Deus, retirai-me da estupidez,

fazei-me compreender Vossa lei.

Entendo do porquê de Vos manterdes

acobertado no âmbito da abstração,

porque se para nós aparecerdes,

se abriria o véu do Vosso ocultismo

e logo o homem Vos vulgarizaria.

Equipar-Vos-ia à nossa insignificância,

como nos conheceis, arrogantes

presunçosos de nossa ignorância,

apesar de hipócritas, orar Vossa lei.

A Bíblia oficializou Vossa divindade,

Vos classifica como Senhor da Criação,

Onipotente, Onisciente e Onipresente,

Mas, Majestade do Universo da Bondade,

Porventura Vós também errastes

Ao criar e permitir gerar homens

De corações repletos de maldade?

Onde está escrita a lei e a verdade,

de sermos criados a Vossa imagem

semelhança e muitos se desviam

do caminho do amor e da caridade,

dominados por outro ser onipresente,

verdadeiro imperador do Mundo da Maldade?

Por essa razão, usando de sinceridade,

ouso indagar, em minha ignorância,

devemos crer em qual ser da Onipotência?

Vós sois Deus e o Vosso Filho é Jesus,

que nos ensinou a amar a Vós

e ao próximo como a nós mesmos,

entretanto, não estamos dele fazendo juz.

Homens maus provocam dor e arrebata,

Promovem irmanados o desamor

e ambição nos corações e o ódio que mata,

desviando de Vossa lei da bondade inata.

Ó Senhor, Onipresente e Onisciente,

estendei-nos Vosso sagrado manto de benção,

impingi-nos humildade, amor e devoção,

para que não afundemos ainda mais e mais,

no cerne deste mundo de ódio e perdição,

que nos está impedindo da depuração.

Aparecei Senhor Deus impondo Vossa Lei,

abrindo e introduzindo em nossos corações,

humildade, candura, amor e esperança,

curvai-nos submissos aos Vossos pés,

como Madalena ao enxugar o Vosso pranto,

ou retirando-nos dos ombros o jugo da cruz

como Cirineu o fez por Vosso Filho,

saindo da multidão e que praticou a ação

por ver alguém vergado sob o peso da cruz.

Era Jesus Vosso Filho, ele sequer sabia

E não se envolveu pela fúria dos fariseus

Que urravam de prazer de Sua agonia.

Seus fieis seguidores o reconhecia,

Mas Pedro, temeroso três vezes o negou,

Mas a todos eles perdoou por amor.

A humanidade muito tarde se apercebeu,

Ele era o Messias, Filho de Deus,

Ao ouvirem Sua meiga voz,

Nos últimos suspiros de pavor e dor,

Clamar: Pai, perdoai-os!

Eles não sabem o que fazem!

Houve estupor e Herodes se apavorou,

Pilatos, covarde, de terror, desmaiou,

o globo tremeu e escureceu,

relâmpagos e trovões estrondaram

e o povo, horrorizado se desbaratou.

A humanidade hoje chora de horror,

e clama: mea culpa, não, eu não sabia!

Crucificamos Jesus, o Messias Salvador,

Levando ao Gólgota um espetáculo de pavor!

Então, perdemos a única oportunidade,

de transformar nossa terra no Paraíso,

por estupidez, orgulho, vaidade e ambição,

à humanidade faltou então o devido siso,

e construímos um Planeta de Aflição.

Eis por que hoje aqui estou, Senhor,

Vos implorando com fervor, amor.

Ó Senhor Deus! Ó Senhor Deus!

o som de Vossa voz desejo ouvir,

eu não sei nem quem sou eu,

como posso não Vos ver e Vos sentir?

Estenda, ao menos, Vossa sagrada mão,

acorra aos gritos de pungente dor,

piedade para esse pobre coração,

que está com o espírito em langor.

Sei que o Vosso Filho na vida terrena,

muito padeceu de dor, por amor,

e os Seus irmãos carnais o crucificaram,

mas Ele é Filho de Deus, tem plena,

a alma inundada do Pai do Amor.

Estenda Vossa mão e a voz ó Deus,

a quem muito deseja saber amar,

sou mísero pecador, nada tem de seu,

nem fé e esperança para se agasalhar.

Ó Senhor Jesus, perdão, bem sabeis,

este clamor é um coração a palpitar,

sei que com o Vosso Amor sou Rei,

sou uma voz no deserto implorando paz.

Ó Jesus, por Vos tenho imensa ternura,

mas sou um analfabeto do amor,

porém meu coração tem ternura,

só deseja um melhor mundo de paz.

Ajoelho-me aos Vossos Pés e imploro:

Jogue aos náufragos da brandura

A balsa da Paz, Esperança e Amor!

Iran Di Valencia
Enviado por Iran Di Valencia em 22/04/2007
Código do texto: T459950