Meditação


Corpo e Alma


É preciso entender que somos alma corporificada, una. Como é possível entender isso? Simples. Façamos uma comparação entre nós e os demais animais baseada nos sentidos. Temos cinco sentidos: audição, visão, olfato, tato e paladar. Os animais também os possuem. Então, qual a diferença?


Nós sentimos com o corpo e entendemos com a alma, porque são unidas. Os animais sentem com o corpo, mas não entendem porque não têm alma intelectiva. Assim, como eles não entendem, reagem: o cão morde, o cavalo dá coice, o gato arranha, a cobra dá o bote e assim por diante. Nós sentimos e entendemos, mas não reagimos, agimos com a razão. Essa é a grande diferença. A diferença entre nós e os que têm alma sensitiva.


No mundo de hoje, o ser humano abandona o lado espiritual e dá valor somente ao lado material. Dessa forma regride, equipara-se aos demais animais, passando a “reagir”, quando provocado em seus sentimentos. A melhor prova disso é que a violência substitui a razão. Nesse momento, aflora o instinto e vem à tona o medo e a raiva.


Se somos corpo/alma unificados, existe uma razão importante para isso. Deus não faz nada sem sentido. A alma anima o corpo e temos como missão unificá-los e não separá-los. A matéria é o invólucro do espírito e os dois andam juntos nessa vida. Quando privilegiamos um em detrimento do outro, sofremos e a infelicidade toma conta de nós.


Quando damos mais atenção ao corpo, vivemos o materialismo e sofremos com as fantasias desse mundo. Atormentamo-nos porque nos deixamos enganar pelo apego. Quando damos mais atenção à alma passamos para o “mundo da lua” e sofremos também, pois fugimos da realidade e nos escondemos dos desafios que temos a enfrentar para o nosso crescimento. Precisamos nos concentrar no equilíbrio.


O corpo é o santuário da alma, é como o candeeiro que existe para abrigar a luz da vela. Pare e pense: por que será que Deus colocou-os juntos, em uma só pessoa?


O nosso propósito não está aqui, pois com a morte esse mundo acaba para nós. Assim sendo, o nosso objetivo é o mundo vindouro, o que vem após essa vida. Com isso, será que não confundimos as coisas? Acreditamos que estamos vivos e que morreremos. Não será o contrário? Será que não estamos “mortos” em um mundo de fantasias e ilusões e com a “morte” passaremos para uma vida real e definitiva?


Quer entender melhor? Tudo bem, veja a segunda carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 4, versículo 18: “ ... o nosso objetivo não é o que se vê, mas o que não se vê, o que se vê é provisório, mas o que não se vê é eterno”... . Quer dizer, esta vida é provisória, efêmera. A vida definitiva vem depois, após a “morte”. Mas, para alcançá-la, é preciso agir como em uma lavoura, pois vamos colher, no futuro, aquilo que plantarmos agora, aqui nessa vida.


Plantar o quê? Amor, justiça e misericórdia. É preciso aplicar os três substantivos juntos, ao mesmo tempo. Aplicar um ou outro, quando convém, continuaremos na mesma. Afinal, Deus é amor, Jesus é justiça e o Espírito Santo é misericórdia. Precisamos de Jesus para a Ressurreição, sem Ele não há Ressurreição.


Alguém, há muito tempo atrás, falou com propriedade: - “podemos tudo (visão material), mas nem tudo nos convém (equilíbrio espiritual)”.


Padre Ramon, jesuíta por quem tenho grande admiração, certa vez me disse:


- Não existe corpo e alma; o que existe é ser humano !


Leia: Paulo, 2Co 4, 18 e 2Co 5, 6 – 10 ; 1Co 13 ; A natureza da alma, Santo Agostinho.


Meditando:


  • Por que Deus colocou a alma e o corpo juntos nesta vida?

  • O que é alma intelectiva?

  • O que é alma vegetativa?

  • Qual a diferença entre ressurreição e reencarnação?




 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leandro Cunha
Enviado por Leandro Cunha em 07/05/2008
Reeditado em 21/05/2010
Código do texto: T978966
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