O outro olhar da Miséria


(Essa é pro amigo Di Amaral já que novamente um texto seu "Miséria", uma crítica social, me serve de ins piração)

Ô, tio, vc que é bem manero dá uma moedinha aí pressa sua miga aqui, sem dinhêro. Ela não tem curtura nem vontadi e pricisa comprá um notibuqui, pobre coitada dessa miseravi. Mas ela aprometi di iscrevê u'as coisa bem tri pra inchê seus zóio i dexà ocê facero... (rsrsrr)

(e ele, catando nus cuêro... tira duas)

Eita! Eu sabia qui ocê daria. Muntobrigado i qui Deus ti dê dobrado. 


(agora, sem brincadeira...é pra pensar)

mas...

Ô, tio, vorto já... é qui fiquei aqui matutano...
Si ocê mi deu só duas e Deus ti dé dobrado, 
quatro pra tu vai ficá munto poco pressa tua disinvortura
Si procupe não, migo... insiguidin consigo mais algu'as 
e venho aqui dividi cuntigo
Não passo situação purqui tenho uns amigo que mi dão as mão
I pra nóis nunca farta pão 
purqui tudo que se ganha se dividi cos otros irmão
I memu qui ogi num seja um dia de munta sorti
Eu vo isperá purqui adispois vem otro dia e o sol vai briá

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.
.

Tio, purque seus zóio tão ficano tristi?
Essas água dus seus zóio não sei inxugá
Tio, tá dano um aperto aqui...
Que que eu posso fazê por ocê?
Não tenho munto pra oferecê mas
Si ocê pricisá só tenho minha vida pra dá
Si ocê quisé até ca tua eu posso trocá
Si eu não subé uqui faze cum ela
Tenho meus amigo pra mi ajudá

Tio, só queru qui ocê num chori
Purqui nessa vida miserávi di cá
Si tem todu tempu do mundo
Mas tempu vadiu num si usa pra chorá

Tio, óia aí, vai chuvê
Dá u gardachuva pra veinha aí ca criancinha
Vem pra cá qui eu vô ti insiná
As água da chuva vai servi
Pras água dus seus zóio disfarçá

Tio, sô tua miga, podi contá
Si ocê quisé fica comigo
Divido as coisa cuntigo e
Prometo... óia, prestenção
Nunca, nunca mais ocê vai chorá

(ele estende a mão...)

Tio, vem! Vamu ri?