Holocausto

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"São dois lados dessa moeda

Chamada obsessão

Amor e ódio moram juntos

Dividindo esse coração...

O pecado mora ao lado

Café na cama, traição

Abraçados, arame farpado

Não há luz sem escuridão..."

(Frejat)

Quão de mim atravessará as paredes

e sairá, ao mundo, abrindo as janelas

dessa torre de marfim e suas redes

onde me aprisiono em vidas paralelas;

quão de mim vislumbrará horizontes

e seguirá, impávida, como se inocente,

traçando sexo e luxúria em tantas pontes

num esgar dorido a me trincar o dente;

quão, quais, em quantas me reparto,

me alvoroço, me apresento, me assombro,

em qual de mim, hoje, farei um parto

e renascerei da cinza de um escombro;

quem me apontará o dedo e me culpará,

quem me ofertará a chave da algema,

quem, com delicadeza, me acariciará,

quem ofertará o ombro e dirá: não tema?

por não saber me revisto da armadura

e o sorriso estampa a minha face em defesa,

a espada desembainhada em proteção dura

na devassidão que deito em cama e mesa

dessas escadas por onde subo e vou ao céu

- distando a torre a um longínquo ponto -

camuflando o que sou: tão doce, tão mel,

com tijolos do meu eu em seu confronto.

Simultâneo:

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