Paixões reunidas
Não foi bom, porém nem um todo ruim.
A idéia de reunir minhas principais paixões em um mesmo local, não me havia ocorrido. Porém lá estavam! Cada uma de um lado da sala com seus respectivos amigos.
E eu em um canto escuro.
Apenas observando....
Apenas tentando compreender o que faziam. Há uma que é tão bela, que machuca os meus olhos e o almejam mesmo que a olhe só por um instante.
Outra é sempre tão especial, que faz não só meus olhos, e sim todo meu ser, tornar-se submisso e hipnotizado.
Existe também, a mais importante delas. A que foi além de uma paixonite, talvez tenha sido amor.
Vai saber... O que estava fazendo lá afinal? Não tinha um novo amor pra cuidar ou coisa assim?
De fato, foi tão puro e intenso que só de vê-la meus olhos quase lacrimejaram.
Não era um simples querer, era uma persistência que quase não consegui conter.
E eu poderia chorar lá mesmo, na frente de todos, mas preferi não fazê-lo e esconder-me na penumbra da sala e analisá-las.
Ou será que estava a contemplá-las? Meu gosto estético foi comprovado!
Todas eram demasiadamente lindas! Aquela beleza suave e encantadora.
Em personalidade, é tão possível quanto impossível compará-las. Acho que isso não faz sentido.
Tão diferentes, tão parecidas...
Todas quebraram meu coração. É, foi isso.Estavam todas lá. Meus flertes, minhas inspirações, meus amores.
E eu? Nem piscava. As procurava pelo escuro. Eram tantas luzes, cores, tudo uma difusão, eu as perdia de vista no meio da confusão.
E a vontade de chorar apertava, sem razão, só de vê-las tão felizes, tão bem, tão independentes de mim. Isso doía. Havia inúmeras pessoas na mesma sala e todas estranharam o meu desânimo.
Eu usava a clássica desculpa do cansaço. Mentira antiga!
Assistia aos seus os movimentos, sorrisos e diversão. Estavam me torturando, não conseguia me erguer, reunir-me a meus amigos e a sorrir também.
Foi doloroso, porém nada surpreendente. Era previsível que eu reagisse assim.
Nunca soube lidar bem com as perdas. E provavelmente já esperavam um comportamento desses, de alguém como eu. Alguém incapaz de sarar as feridas e seguir em frente. Acho que simplesmente nasci assim, destinado a ser dispensável!