Medo...

Sim, muito medo

É o que me define no momento

Surpresas da vida

Nefastas

Achamo-nos preparados...

Que nada

O vento é mais forte

Quem sou?

Qual meu sentido aqui?

Existe, acaso, aqui?

Cadê meu espelho?

Não mais me vejo

Sou centelha

Mas de que?

O medo me põe em pé

Falsa estátua do nada

A vida me colocou aqui

E agora me desafia

Pra que?

Se ao menos chorar resolvesse...

Juro que choraria

Sim, choraria

Nem lágrimas eu tenho

Só os dedos me expressam

Quisera que meus dedos

Achassem um rumo

E que não fosse do fim

Mas existe amanhã

Estarei respirando, eu sei

Talvez eu ainda descubra

O que não sei

O que jamais sonhei

E isso me apavora mais

Meu peito sufoca

A garganta está presa

Eu que sempre gritei liberdade

Perdi meu espaço

Me perco no espaço

Agora um gigante

Que me engole

Ana Átman
Enviado por Ana Átman em 01/07/2008
Reeditado em 01/07/2008
Código do texto: T1059237
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