Espantalho

Os dias correm profundamente azuis

O céu possui asas douradas

E a noite é seda negra perfurada de frestas prateadas

Minha periférica visão turvou-se

Não ando, os dias passam

E o tempo esvoaça bando de corvos

Seca garganta rasga minha desinteressada mudez

Sede absorve-me até a última gota que se esgota

em orvalho compreensão

Recheados corações de palha

Prontos a arderem ante emoções-tochas

O que me assombra é o além da janela

O que estremece e assola o chão fincado

já tão minguante de pensar

é o som do claudicante vazio mental

No vazio, penso

No mental sou pensado

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 04/02/2006
Reeditado em 04/02/2006
Código do texto: T107789