TEATRO E LIÇÕES DE VIDA



Estava vendo alguns emails e mensagens,  e  numa delas li um trecho dito por CHARLES CHAPLIN ,  gênio que começou no cinema mudo, nem havíamos nascido ainda, e ele já era sucesso e ultrapassou o tempo, chegou aos grandes filmes de Hollywood como produtor, diretor e excelente ator. Só vi um filme dele e jamais esquecerei. LUZES DA RIBALTA.  Infelizmente nçao vi no cinema, mas  na época em que a Globo tinha coruja colorida, corujão e festivais com grandes filmes. Que pena, agora, nem na TV por assinatura se vê coisa que preste realmente.                
A mensagem muito bonita, abria com esse texto de Chaplin:

"  A vida é uma peça de teatro  que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche a a peça termine sem  aplausos ".

Grande verdade e com múltiplas interpretaçãoes. Acredito que a grande maioria das pessoas já tenha passado por situações semelhantes a que vou descrever agora.
Nascemos, somos criados para enfrentar a vida, alguns até conseguem bastante sucesso, saem-se bem nos relacionamentos, no trabalho, enfim nessa peça que é a vida. 
Há outros que por alguma razaõ, até chegam a pontos ótimos na vida no que se refere a profissão, mas têm uma grande dificuldade de relacionamentos. Estive conversando com uma amiga psicóloga e segundo ela a grande maioria de pessoas muito tímidas, muito retraídas na vida foram pessoas bastante protegisas na  infância. Por alguma razão os  pais ou a mãe, super protegeu a criança
, já por perceber certa carência. Só que em vez de ajudar, cria , sem intenção, uma pessoa adulta frágil, tímida, receosa da vida, com medos, insegura e infeliz. Não se pode culpar um pai ou uma mãe que super proteje seu filho (a) pois é o sentimento de amor que os faz agir assim. Mas essa criança não crescerá fortalecida para receber os golpes da vida e seguir em frente. Seu futuro é uma sala de psicanálise.
A vida nos dá escolhas e, se inseguras, podemos escolher caminhos errados pois já não temos aquela pessoa que nos orientava o caminho certo, se ouvívamos, se não, carentes, inseguros, medrosos da vida, damos passaos errados dos quais viremos a nos arrepender pelo resto da vida. Não há volta. Não tem conserto.
Isso vale também na escolha de amigos. Se somos frágeis, carentes, se vivemos num canto escondido, não temos discernimento para saber se uma pessoa é sua ou seu amigo ou se apenas está te usando.  Ao mesmo tempo, numa brincadeira do destino, a pessoa pode até ser amiga, mas não do modo que se espera.  E isso nao é aceito pelo despreparo nosso.  
Geralmente são pessoas sós, que sentem -se bem sozinhas, pois passaram toda a vida, ainda que cercada de gente, porém  sozinhas. Quando descobrem esse fato, é quando a cortina fecha sem aplausos.  Encarar uma realidade tão drástica, muitas vezes por um único ato ou palavra de outro que julgava-se amigo, obriga-nos a encarar a vida de frente com todos os nossos erros. 
Vivemos tendo lições, ou por alguma ação que não dá certo, ou por escolha de pessoas para conviver, pessoas erradas...ou ainda por acreditar que existe algo que desejamos , porém está longe de ser assim. 
Quando damos por nós e vemos que a cortina do palco da vida cerrou as cortinas e não temos nada , nem ninguém para aplaudir, abraçar, parabenizar, e leio as palavras do CHAPLIN, fico pensando...não é só com pessoas simples como nós que aparecem as decepções, tambem com os ricos, famosos. Aos ricos basta perder o dinheiro, as famosos, basta perder a fama...e nós, apenas não tendo mais nada para se doar...é a mesma coisa....cerram-se as cortinas e ao olharmos para os lados, percebemos que, vivemos uma ilusão....pois estávamos todo o tempo sõs, e vamos continuar assim. O pior é que acredito que por toda nossa vida teremos lições novas ou repetidas, e que passamos a vida tentando, mas nunca podemos ter certeza se é a vez da ação correta ou se será novo ato que se fechará com cortinas sem aplausos.
Sente-se a vida triste, sem vontade de chorar, de rir, apenas se deixar ficar...como se a vida tivesse se extinguido aos poucos e só tivesse restado um nada de nós, um espectro, uma sombra que ninguém nem percebe se estamos presentes ou se fomos embora. 
E a cortina se fechou....não mais abrirá...
naja
Enviado por naja em 19/07/2008
Reeditado em 20/07/2008
Código do texto: T1087973