RETRATO

Às vezes olho no espelho e me vejo, mas a imagem não traduz minh'alma e tento me decifrar.

Acho que sou um misto de tudo; de poemas e de momentos nulos, de paz e de querra, de alegria e de tristeza. Sou tudo e nada ao mesmo tempo. Às vezes fogo, às vezes gelo; noutras vezes ar, nuvens, chuva ou tempestade. Algumas vezes rio calmo, noutras, cachoeira violenta.

Sou igual a todo mundo e diferente de todos porque sou eu e eu sou só e somente só... eu. Ninguém é igual a mim e, ao mesmo tempo, idênticos a mim são.

Sou assim um misto de tudo e ao mesmo tempo nada!.

Sou completo quando sento me para escrever e a cabeça fervilha de idéias. Sou nada quando deito meus dedos na pena eletrônica e meus dedos se transformam em uma nascente seca, um rio sem água. Estes momentos são os piores que alguém que ama a escrita pode viver.

Talvez um retrato na parede, estático, fixo, sem vida, parado no tempo, seja a representação de minha real aparência. Força-se um sorriso amarelo e aquilo fica ali como se fosse verdade. Felizmente, fotos não retratam as dores acumuladas.

JD - 09/02/2006 10:34:07