Pensamentos Ìntimos

Sábado, há algum tempo atrás, estava sozinha dentro de um dos melhores cinemas do bairro. Isso nunca me incomodou. Ir ao cinema para mim era a melhor diversão do mundo.  Eu vivia junto  com o  protagonista suas alegrias ou tristezas, ou sofria na guerra, ou amava perdidamente. E se a música era bonita, romântica, então tudo ficava completo. Assim lembro de filmes  com músicas que ao ouvirmos logo sabemos de que filme é, quem eram os atores, diretores, enfim, sabemos a ficha completa. 
Mas hoje não fui ao cinema. Deveria estar triste, infeliz, sentindo-me abandonada, sem amigos. sem ninguém. mas nada disso...absolutamente. Estou muito bem, não digo que estou feliz, estou preocupada com meus olhos, mas estou ótima apesar desse pêndulo na minha cabeça sobre o que está acontecendo com minha visão. 
Quando cheguei na clínica pensei: "Isso deve ser já da idade, já devo estar começando a ter problemas e daqui pra frente, só vão aparecer transtornos". 
Mas que nada. Antes de mim, também para fazer os exames estava um menino que deveria ter uns quatorze anos e sofria do mesmo problema. Já estava começando a me achar uma velha. Aquietei quando vi que independe da idade, não dá no poste, dá em quem tem vista boa e de repente, talvez tenha que usar lentes. Mas por que ficar  infeliz? De jeito nenhum, até porque existe lentes definitivas intra-oculares e então...adeus óculos. 
Não sei o que me acontece, em outra ocasião estaria toda sofrida, mas não estou. Sei que terei algum tipo de tratamento, e pronto, resolvido.
Não fui ao cinema, preferí formatar um poema de meu amigo o Poeta da Paz. Lindo poema o dele. Escolhi uma linda música e ficou, para mim, excelente. 
Então vejo que, não é preciso ir ao cinema, ter um montão de amigos no MSN, ou bem aqui, reais, vizinhos, no mesmo  bairro. Não sou mesmo de ficar circulando, sou fechada, sempre fui. Sinto-me bem comigo mesma. Os momenots de paz, de tranquilidade  estão   realmente dentro de nós. O ser humano não pode viver sozinho, é um ser sociável, certo, mas é bom ficar junto de quem nos aceita como somos, sem tentarem nos modificar. Já tentei isso uma vez. Tentei modificar uma pessoa para ficar igual ao amor da minha vida. Claro, não deu certo. Estava errada. E hoje somos ótimos amigos. Escrever, ler bons autores, aprofundar-se em literatura, nos ensina também a viver. Abre nossos horizontes, nossa mente e vamos, aos poucos, descobrindo que sempre temos algo que pode nos trazer alegria, ou que seja, tranquilidade para viver o nosso destino sem choramingar todo o tempo. 
E se tiver que chorar, vou chorar feito lágrimas de desenho animado. Lágrimas bem grandes e espalhando-se pelos ares. Tenho esse direito, me dou esse direito de chorar muito demais, de rir, até sozinha, quando lembro de alguma coisa engraçada, é a minha vida e eu faço o que gosto e quero . Custa-se a entender isso, ficamos tentando agradar esse ou aquele, por quê? Não sei. Pensamos que necessitamos, mas nos enganamos. Não precisamos não. Ninguém é auto-suficiente, todo poderoso, mas só tem valor ficar junto de alguém que nos goste, que  ambos nos sentimos confortáveis juntos, seja amiga ou amigo.
Hoje não precisei ir ao mar,  hoje me bastei, e como ensinam os neuróticos anõnimos, hoje eu vivi bem comigo e com o que fiz. Por hoje, eu  fui feliz.
Amanhã,  deixarei para pensar quando chegar.
naja
Enviado por naja em 02/08/2008
Código do texto: T1110134