Aventuras.

Incrível que tem uma hora na vida de todo mundo em que a gente pára de pensar.

Literalmente a nossa cabeça não funciona e a gente fica vulnerável a tudo;

acha que tudo é lindo e que tudo pode ser concertado.

E pior: nos deixamos levar pela impulsão, pela ilusão.

E, casamos!

Engraçado: acho que quando dizemos sim, é por que estamos tão chapados de amor que nem pensamos que no dia seguinte a pessoa com a qual iremos passar o resto da vida vai olhar nos nossos olhos e dizer que nos ama. Pelo menos é isso que a gente imagina...

Cruel o jeito com o qual nos entregamos a alguém que não se interessa com o que vamos vestir, ou comer. Só quer saber se vamos voltar a tempo do jantar.

Daí, depois de alguns anos, acordamos e, ainda na cama, olhamos para o lado e nos perguntamos 'ainda amo?' Partimos então para uma aventura. Deixar tudo para trás! Não vou olhar mais o que passou.

E tudo é festa.

Na primeira balada, encontramos alguém legal, com um ritmo mais quente e esfuziante, com o qual não estamos acostumados. E caímos num precipício de sexo, cigarro e álcool.

Depois de algum tempo, temos a falta daquele xingamento. E também daquela cueca jogada no chão do banheiro. Da companhia, dos jantares, das noites frias com pipoca e filme...

Percebemos que a aventura não perdura. Ou ainda, que realmente amávamos. E então sentamos no sofá, colocamos a mão sore a cabeça e lembramos tudo de bom que já havia acontecido.

Com medo de não termos mais tempo, corremos ao telefone e discamos aquele número nunca esquecido. Ao ouvir aquela voz, choramos.

E choramos muito.

Enfim, depois de retomada a rotina, acordamos e olhamos para o lado. Agora somente o que pensamos é 'nossa!como o amo'

Marcela Cristina
Enviado por Marcela Cristina em 05/08/2008
Código do texto: T1114677
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