Frágil

Percebo agora o que me dizes

Que a vida, como tudo, tem fim,

Fim esquecido e maltratado,

Assim perdi a noção da palavra.

Deixei de ler o chão que se lavra

Sulcado por minhas mãos, o fado,

Cantado em tons de lágrima, para mim,

Versos meus que te deram raízes.

Não sei escrever amigo ou dor

Porque dói não ter a tua amizade,

O toque macio do teu precioso saber

De brilho imaculado, ar divinal.

Queimo incensos de cor fatal

Em feitiços feitos para te ter,

Necessidade que agora me invade,

Receio de não me ver, pudor.

Visto-me de mil sensações,

De destinos numerados sem rumo.

Dou voltas ao mundo em pensamento,

Rasgo as palavras que não entendo

No tempo e nos erros que emendo.

Raiva, pura raiva que invento,

Na parca existência que aprumo,

Dispo-me de todas as ilusões.

sumadartson
Enviado por sumadartson em 11/08/2008
Código do texto: T1123092
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