O Morto
Troco o ser pelo ócio,
Por prazeres de infâmia
Ruborizados em doses de ódio,
Em asco de cor cutânea...
Vida consumida por teu ópio.
Segrego da vida o veneno
Que se espalha em sua raíz,
Dias de calor ameno
onde um dia fui feliz...
Sede voraz em corpo sereno.
Gasto tempo na mentira,
Na tempesta dor que me agoniza.
Acende-se a funesta pira,
Tudo o que um morto precisa...
Saudade que não respira.