Ateísmo militante

Eu tenho assistido ao ardor apostólico dos ateus, hoje tão em voga, com uma certa suspeita: em sua fervorosa militância, será que eles estão querendo convencer a si mesmos ou aos outros? E, afinal, qual a vantagem para os elitistas, como o são os racionais, saciados das melhores leituras, que a massa passe a desgovernadamente buscar uma racionalidade que não a satisfaz? Ou não a interessa? O que farão com as ordas de, segundo o conceito dos próprios ateus, ignorantes e rústicos quando, convertidos ao ateísmo, despertarem enlouquecidos e soltos no vácuo das intimidações para a punição das faltas morais? Onde vai parar a coesão e viabilidade do convívio social? Isso seria racional ou irracional? Eu gostaria mesmo de saber...

Infelizmente minha memória não é mais suficiente para lembrar um romance que li sobre um Padre, senão me engano espanhol, que, apesar de não ser crente, depois de sofrer sérias crises de fé, defendia que os corações fossem deixados em paz em seu sono embalado por crença e sonhos.

Afinal, qual o objetivo desse zelo contraditoriamente apostólico dos ateus de hoje, empenhados em ardoroso proselitismo?