Definitivamente

Agora as 09h51min de um novo dia, penso em tudo que fiz e principalmente no que deixei de fazer. Nós temos o costume absurdo de sermos intensamente idiotas, fazemos o que não queremos, culpamos a nós mesmos e às vezes não nos culpamos pelo que fazemos querendo.

Claro que notamos todo tipo de sentimento que ainda existe dentro de nossas carcaças endurecidas por nosso orgulho disso ou daquilo, mesmice cobiçada apenas por formiga-branca que consome corpo e alma aos poucos.

O que nos custaria sermos apenas o que somos e deixar aflorar desejos que em tese são mais poderosos que mesquinharia mental. Gravar brisas incógnitas e respirar perfume do caule de nossa essência simplificada.

Olhar nos olhos de um espelho antigo e dizer-lhe simplesmente que o tempo passa mas a imagem que buscamos se esconde atrás do reflexo enrugado da verdade latente do que mais se quer.

Para que exatamente existe essa tal de consciência invertida, onde foi parar a verdade consigo e com os outros, para onde foi à coragem que outrora se fazia maior frente todo o resto lógico.

Desculpem meus amigos escritores e a minha adorada língua portuguesa, mas que merda é essa de desenvolvimento e readaptação aos novos tempos, se estes levaram nossas verdades, feito foice que corta capim sereno. Droga de tabuleiro que precisa ser visto de cima para poder ter a certeza calculada do passo seguinte como se o outro, aquele que olhamos e disponibiliza sua alma ali, dando-se, é transformado apenas em concorrente independente da verdade dentro de nós.

Definitivamente, cansei de ver, notar, sentir e revidar tudo isso.

Tino Neto
Enviado por Tino Neto em 03/09/2008
Código do texto: T1159521
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