Ver-te

Ver-te, causa-me ainda os mesmos calafrios. Ainda o encaro com curiosidade, deves ter notado, achei que mesmo depois de ter passado tanto tempo, haveria de olhar-te e sentir-me mais segura. Engano meu. Quando o vejo, sinto o mesmo pânico, a mesma sensação da primeira vez em que o vi. Tens algo que faz-me fraquejar e digo-lhe que não é só a tua beleza. É aquilo que dizes, ou como dizes. O modo como me olhas nos olhos profundamente, como fala comigo diretamente. É algo que fica entre meu cumprimento e o sorriso que me lanças. É o mesmo frio na barriga, é o mesmo bambear de pernas. Gaguejo como se fosse a nossa primeira conversa. Enquanto falas, eu te espio, silenciosamente estudo sua expressão, lembrando-me dos teus trejeitos que me fascinam tanto e sinto saudades disso quando não estou perto de ti... É quando tenho toda a certeza, de que é impossível viver sem ser com você.