Ensaio sobre amor.
Amor independe do objeto de afeição.
Pode se amar, sem estar.
Pode se amar, sozinho.
Pode se amar, mesmo tendo sofrido.
Porque se é amor,
Daqueles indispensaveis, imutaveis, eternos.
Daqueles imensos, profundos, insanos.
O amor não morre.
O amor evolui.
E torna estranhamente parte.
Parte do dia, parte do rim,
Parte do fígado, parte da alma,
Parte da agenda, parte das fotos.
Mas não desaparece, não desfaz.
Amor assim, torna se algo simbiótico
Torna se etéreo.
E o objeto de afeição já não importa.
Indeferente.
Se ama, se corresponde, se atende, se vende.
Simplesmente tanto faz.
O objeto de afeição torna se apenas passado.
Torna se apenas fumaça.
Torna se apenas figurante.
Nem se tem mais seu papel principal.
O amor, já não é o outro.
O amor é o tudo, mesmo sozinho.