O que aprendi com a liberdade

Quero a misericórdia nula a partir de hoje

Quero a indecência crua nesse vão de morte

Quero ver corar todos os rostos que poderão sorrir

Quero ver a paz nos seus poemas antes de ir dormir

Eu tenho a cor dos meus cadaços entre os meus dedos

Uma noite eu sonho com paz, amor e frio, na próxima é o medo

Ninguém consegue ver o paraíso nas cartas de amor

Se for preciso então correr perigo, se perigo for

Eu vou me jogar no azul desse mar pra poder molhar até a última célula

Eu vou me perder e nunca me achar, se preciso for eu vou me jogar

Nas ondas que vão, eu quero estar lá, no topo da curva d'água

Vou correr perigo, se então for preciso, quero seguir adiante, é pra já

Quero a inocência das crianças e dos especiais bem longe de mim

Quero a incidência solar no meu guarda-sol

Porque a incoerência nas auréolas angelicais me deixa pasmo

Porque o ser humano por si só já é um fardo

Não vou me vender, não vou me afogar, não vou ser a rispidez em pessoa

Não vou lhe render, não quero provar, que a força é ferida a toa

E quero seguir, pra poder provar que o melhor da vida é a liberdade

Pra poder sentir que alguém entenderá a minha sinceridade