A pomba da paz
Era um grande protesto.
Todos queriam a paz; os protestantes vestindo roupas brancas, carregando em suas mãos placas com várias mensagens lindas. O protesto estava sendo feito ao lado da pior favela da cidade. Foi quando o protestante chefe falou:
- Hoje o mundo pede paz. E a paz vai chegar nesse local. É por esse motivo que solto essa pomba. Uma linda pomba branca.
Ele levantou sua mão para o céu e soltou a pomba.
Quando a pomba deu seis batidas de asas, um garoto mal-encarado, que estava atrás da multidão, sem fazer parte do protesto, sacou uma arma da cintura e atirou contra a pomba, que caiu fazendo ziguezague, até se espatifar no chão.
Todos ficaram assustados com a ação do garoto. Novamente o protestante chefe falou:
- Acalmem-se! Ninguém vai destruir a paz. Tenho outra pomba comigo, irmãos, e vou soltá-la.
Ergueu sua mão para o céu e soltou a pomba.
Mas novamente o garoto sacou a arma da cintura e repetiu o disparo contra a outra pomba, que caiu no chão soltando fumaça.
O protestante chefe, com paciência, respirou fundo e novamente falou:
- Não se assustem, irmãos. É só uma questão de tempo. A paz está vindo. Tenho outra pomba e vou soltá-la.
Ergueu suas mãos para o céu, segurando aquela linda pomba branca, a terceira, mas de olho no garoto.
Soltou a pomba.
Quando o garoto colocou a mão na cintura para sacar a arma, o manifestante chefe, já puto, que também estava armado, sacou sua arma primeiro e - para surpresa geral - atirou contra o garoto.
O garoto caiu no chão, gritando.
Morreu. Claro, né?
O protestante chefe, então, soprou a fumaça que saía do cano da pistola, e disse:
- Eu não falei, irmãos, que a paz chegaria? Que Deus me perdoe. Por favor, enterrem esse filho da puta numa cova rasa, tá legal?
Moral da estória:
Às vezes quem pede paz, realmente não a quer. Ou então, para cada chato que aparece, a solução (na maioria das vezes) é acabar com a raça dele.
Não concorda, leitor?
Eh, eh eh, eh!