O Direito de Amar na Melhor Idade

 

       Muitas  vezes me pego fazendo questionamentos e nem sempre encontro respostas, pois a complexidade dos sentimentos, às vezes, encontra-se, além da minha compreensão.

       Não consigo entender, por exemplo, por que casamentos, apesar de deteriorados, têm que ser obrigatoriamente preservados? Por que as pessoas não podem se desvencilhar desse compromisso, estabelecido no momento em que o amor existia, e se permitir novamente, o direito de ser feliz, de se apaixonar, de desejar e ser desejado, de amar e ser amado, uma vez que o amor que os unia acabou? 


      Por que permanecer atrelado a um compromisso, que imputa sofrimento, dor, desconforto?... Pacto social? Dependência financeira? Emocional? Comodidade? Alguns dirão carinho, respeito, gratidão, etc., etc.
                          
     Será a separação causadora da falta de respeito que acomete as relações, de carinho, de desafetos entre as pessoas, ou será que a permanência de um vinculo, onde um “pensa” ser “dono”  do outro, cerceando a alegria de viver, a liberdade de amar, de buscar novas experiências, de se perceber como ser que, independente da idade, pode e deve tentar ser novamente feliz, é que provoca essa avalanche de sofrimentos?


     A luz da razão, perguntas como estas são perfeitamente respondidas e compreendidas... Mas e a luz do coração, da emoção, como responder esses    questionamentos?                                                                                      
     ”Não respondemos e simplesmente sufocamos os desejos e anseios em nome da moral e bons costumes”, ou justificamos, dizendo que já não temos mais tempo e que “nessa idade”, amor é bobagem, e não podemos trocar o “certo pelo duvidoso”?             

                                                 
     Será que existe idade para o amor desabrochar? Para a felicidade florescer?  Para o coração novamente perder o compasso na emoção do encontro? Para o desejo acontecer?
 
Será?