Simplesmente Ela

Neste sábado pensei que seria como os outros, talvez conhecer mais uma única nova pessoa, a qual havia me programado. Mas também sei que as coisas nunca são como as programo, talvez, só com meu trabalho, mas nem este me deixa prever o que se passará no momento seguinte.

Acordei meio assim, assim de cansado, maresiado de vida e enjoado de tentar algumas coisas pra mim. Tentar somente.

Desliguei o monitor do computador, companheiro fiel em quase todos os momentos de minha vida, nas perdas, conquistas, ganhos e perdas. Fui para a sala sentar num sofá confortável para olhar quase nada, nela somente meu irmão jogando jogo qualquer, mas sempre com muito sangue, agoniei-me voltei ao quarto para passar a mão sobre as teclas de meu eterno companheiro, tive a imensa surpresa de ver mensagem de pessoa que guardo sempre e a muito tempo em meu peito, de forma pura já que puramente a admirava, as palavras enviadas pelos cabos invisíveis terminavam apenas dizendo que me amava. Muitos tipos de amor. Talvez, só admiração!

Me questionei, será que a amava tão, igual ou perto daquilo? Será que dava-lhe tudo o que merecia? Quem era eu frente aquele amor? Quantas vezes poderia ter sido melhor para ela? (muita pergunta para uma única resposta) NÃO!

Mas o meu maior problema não era só esse, nem somente essas perguntas acompanhadas de suas parentas, primas, irmãs e por ai vai, a minha luta era e é saber realmente o que sinto por todas estas que me cercam principalmente as que toco, as que cheiro, as que me olham com amor.

Após ler aquela mensagem, preocupei-me então de ser equivalente, titubiei ainda, dei tempo para que eu pudesse avaliar se realmente era possível ir, sentei do outro lado tomando uma cerveja pois estava quente, como prefiro ela que suco de manga, assim foi. Olhava para os lados sem ver nada nem ninguém já que conversava com meus botões decidindo o que de fato poria em prática. Lembrei então que palavra dita é assinatura da esperança e faca da frustração. Fui então.

Meio sem saber onde era o meu ponto ao certo, fui. Meio sem saber o que lá me abraçaria, fui. Meio a meio, fui.

Sacerdote de minhas decisões cheguei então.

Abraço apertado com braços de algodão, magros porém fortes, tive a sensação de estar em casa, de ter respondido todas as minhas perguntas, notei que estava me devolvendo o amor que a dava mesmo sem notar que o fazia. Lábios no rosto, boca de brisa.

Entrei e me senti mais em casa ainda, outros estavam lá, fui obrigado a dividir minha atenção que era somente dela, mas a sociedade é foda, tem que interagir, olhar, comentar coisas que não são de seu interesse, então, fui sociável. E não me arrependi de ser.

Várias coisas ditas e em todas elas um questionamento surge.

- Será que seriamos bons juntos?

- Cara de paisagem durante alguns segundos.

Após isso, os meus olhos não conseguiram mais ser os mesmos, voltaram no tempo em sete anos, ou por ai, afinal nunca fui bom de datas.

Vi tudo aquilo e minha boca involuntariamente começou a descrever aquele anjo agora banhado por meus desejos.

Tentarei descrever novamente aqui, mas tenho a certeza de que jamais será como naquele momento de deslumbre. Foi mais ou menos isso.

Pés brancos por força do tempo, panturrilhas de maça, coxas de seda, cintura de pêssego, barriga de penas, seios de morango, colo de cachoeira, pescoço de perfume, orelhas de mel, cabelo de cachos macios e cheirosos para mim, boca de segredo e os olhos, não sei como descrever, apenas sei que me liam como ninguém pode fazer.

Enfim, linda!

Fato é que você se prepara, se programa e nada está em seu controle, tenho dito algumas vezes que a conhecidência não vem só, esta sempre anda de mãos dadas com suas primas, elas são realmente perigosas.

Hoje, marcas inelegíveis, fonte inesgotante me fazem estar acordado as 02:52 da manhã do dia seguinte de algo que é eterno, se os olhos abro vejo ainda e se os fecho, sonho.

Não seria fácil pensar nisso tudo, não seria fácil brindar meu peito com pensamentos ou esperanças além do que imagino poder, mas sei que pelo simples fato de ter vivido tudo isso, gosto da Ingred.

Não pelos olhos, cabelos, orelhas, pescoço, colo, seios, barriga, cintura, coxas, panturrilhas e nem mesmo os pés, talvez pelas mãos que me apertam forte quando querem simplesmente minha atenção ou simplesmente o fazem para ter a certeza de que estou lá.

Tino Neto
Enviado por Tino Neto em 15/12/2008
Código do texto: T1336111
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