Palavras ainda não terminadas

Eu estou aqui, sentindo-me tão confusa como um gato de rua.

De um lado eu vejo um telhado e do outro eu vejo uma janela. E eu não sei para onde devo pular, já que na minha frente há vários predadores.

Se eu pular no telhado, pode ser que ele não me agüente e eu caia dentro da casa e morra, conforme o tamanho da queda.

E se eu pular e entrar pela janela posso encontrar um inimigo a minha espera, ou alguma coisa que faça-me mal.

Porém, se eu continuar parada no mesmo lugar, pode ser que avancem e devorem-me.

Talvez eu esteja fudida, desculpem-se a linguagem, mas é a única expressão que pode descrever a gravidade da situação. Eu posso estar fudida.

Eu não tenho, na verdade tantas opções a seguir. Não tenho um telhado, e talvez não tenha uma janela. E eu acho que estou caminhando para frente dos meus adversários e inimigos e este pode ser um trágico e terrível caminho.

Eu quero não me desesperar nesta situação. Quero ser forte, na verdade preciso ser forte. Já houve coisas piores e motivos muito mais graves e nada me aconteceu, além de algumas dores de cabeça.

Entretanto, com quem eu lido é como viver eternamente numa corda bamba, você nunca sabe pra onde pende. Ás vezes por motivos pequenos eu sou condenada e julgada sem nenhuma chance de conversação.

Ah, lá vamos nós de novo. Diz-me o desespero aqui dentro. Passar pelas mesmas coisas, por causa de que?Ahn... Do preconceito?Da falta de amor?Da incompreensão?

É, todas estas coisas que eu já estou cansada de falar, na verdade eu tenho estado muito cansada de tudo.

Eu sei que só tenho isso a fazer, agüentar, por que a vida que escolhi só me dá esta opção. Agüentar!

Eu não quero desistir e nem mudar. Eu quero continuar neste caminho, pois ele me faz bem... Ele me faz muito bem!

Quero que tudo dê certo e que daqui a alguns dias, ou quem sabe menos, eu volte ao normal. Não gosto de montanhas russas e nem de picadeiro. Odeio ficar na gangorra.

Preciso de estabilidade, preciso de chão firme pra pisar. Eu necessito de poder estar vivendo normal, como todo mundo!

Meu Deus será que é de mais?Ser normal querer ser normal?

Sim, por que eu vivo como não se fosse e não é de hoje. Desde que me entendo por gente eu vivo assim, entre dias bons e ruins.

Acho que nunca fui uma criança normal, apesar de ter sido feliz, graças a minha inocência que deixava com que eu nunca tivesse consciência do que estavam a fazer de mim e do que acontecia ao meu redor.

Contudo, eu perdi a minha inocência e a minha facilidade em perdoar as pessoas. Uma palavra fere e atos podem matar alguém, ou danifica-la para o resto da vida. Há coisas que te marcam para sempre.

Peço desculpas, na verdade nem sei se quero pedir desculpas, mas por educação...Bom,mas continuando.Peço desculpas por não conseguir entender o fato de tratar-me assim.Tão mal.Na verdade nem me tratas,eu sou insignificante muitas vezes.

Eu já tentei compreender, mas não consigo. Acho que o amor supera tudo e todas as barreiras e era isso que deveria acontecer conosco.

Deverias me amar pelo que trago em meu peito e não pelo que tenho no rosto e não pelo que gosto.

Sou da tua pele, do teu sangue. Sou parte de ti e nem sequer mostras afeto por mim, nem sequer olhas-me com carinho.

Sou-te uma estranha, uma estranha que nem a tua boa educação merece.

Queres-me longe, eu sei. Queres-me a metros de ti.

E eu apesar de querer também, ás vezes tenho duvida. Por que por mais que me maltrates eu lhe amo. Um amor destrutivo, eu acho. Que não me engrandece em nada, mas amo.

Vivo entre o amor e o ódio. Vivo sem saber o que sentir por ti.

Aqui são palavras ainda não terminadas eternamente.

São sentimentos não identificados por mim.

E que talvez, seja melhor nunca identifica-los para não sofrer novamente...

15/12/2008

17:44

Borboleta aprendiz
Enviado por Borboleta aprendiz em 15/12/2008
Código do texto: T1337346
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