Quase cinquenta...

Quase cinquenta....

Provocas meu inspirar, aguças meu pensar...

Conduzindo-me a um duelo pessoal com as lembranças, ora duelo ora terno reencontrar.

Li uma doce escrita de um amigo e fiz viagens, debati-me com o tempo, mas foi um pacífico debate. Trata-se do passar do tempo, de como ele transcorre em nossas vidas.

Já caminho, bem mais da metade para meio século, há muito já foi os quarenta... No externo, casca, invólucro, não procede. Sempre foram assim, diversas diferenças. Cronológica da biológica.Emocional da cronológica.Espiritual das demais. Enfim.

O certo é que esse é o percurso, mudar e amadurecer, ou vice-versa, ou não. Como queiram.

Olhar para esse tempo já vivido, é rever muitas cenas, revisar gestos, situações, reavaliar o que foi feito, como seria se tivesse sido diferente. Desde a leitura do Russo, fiquei a pensar, um pensar bom, saudoso e por muito contente, alguns inevitáveis desenganos, arrependimentos. Muito a refletir.

Hoje sou plena em muitas situações, acho-me melhor em muitos aspectos. Nalguns ainda me acho incompleta, noutros algum deserto. Muitas alegrias, tantas, imensas saudades. Mas no rescaldo uma mulher feliz. Uma fêmea plena nos quereres, uma mãe orgulhosa, uma jovem senhora que se sente moça, interessante e às vezes se acha uma menina. Na profissão diversidade, a administradora que sou já transitou temporadas no jornalismo falado e televisado, houveram prêmios, badalações, efemeridades.Um experienciar garantido de aprendizados Hoje, meio as cifras e números, escrevo poesias.

Nesse tempo não me perdi do político, militei, literalmente carreguei bandeiras nas quais acreditei. Manifestei-me ávida e arduamente.

No espiritual vivi tantas frutíferas experiências religiosas, crendo finalmente que ao invés da religião o que me leva a Deus é a prática da fé. O exercício pleno da fé.

Na vida, um eterno aprender, reinventar. Nas amizades um complexo harmonizar.Nos amores, sempre, viver para se apaixonar.

Penso que há um longo percorrer. A vida é um eterno discorrer.

Trato do espírito que facilita o funcionar do corpo. Cuido da capa para que a mente flua incansáveis acordes inéditos do que é viver inquietamente.

A alma é um treino ao equilíbrio, o pensar é sempre um desvario.

O sorriso é alento meu, sorrio para os meus interiores que refletem refletem....

Saudades, essas são alimentos. Passagens, pessoas, lugares que se fizeram partes amputadas em mim, inesquecíveis, com o tempo pouco doloridas, apenas lembranças.

Eu, esta figura, que pinto, refaço e reconstruo, recriando-me só assim prosseguirei.

Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 12/02/2009
Reeditado em 12/02/2009
Código do texto: T1435254
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