Apenas crianças.

Nas ruas, nas praças, apanhando o sol da manhã;

São crianças;

Sob as marquises, toldos, viadutos;

São crianças;

Na feira, no mercado, vendendo balas nos faróis, nas casas de apoio;

São crianças;

Olhando as vitrines, pedindo um trocado, limpando nossos parabrisas;

São crianças;

Vítmas do descaso, do sistema capitalista, dos pais irresponsáveis;

São crianças;

Nas filas dos transplantes, com a cabeça raspada, mas ainda sorrindo;

São crianças;

Com um saco de cola na mão, cigarro na boca, descalços na chuva;

São crianças;

Assistindo o vidro subindo, na gravidez precoce, com os olhos úmidos;

São crianças, apenas crianças...

BORGHA
Enviado por BORGHA em 13/02/2009
Código do texto: T1437288
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