Risos que controlam teu horror

Culpa do que não fiz

Do prato que não comi

Da arma que não usei

Do tiro que escapei

Da vida que não vivi

Da palavra que não falei

Do remédio que não tomei

Culpa daquilo que não sei

Culpa do que não quero ser

Culpa de não acreditar

Culpa de achar idiota

Culpado por natureza

Rebelde sem causa pendente

Tirando a parte da arruaça

São todos moleques desordeiros

Morteiros que nos fazem sentir dor

Quando for viver aglutinado

Como ser propriamente alienado

Rosas que aumentam nossa tolerância

Risos que controlam teu horror