A POESIA É UM QUINTAL COM ÁRVORES FRUTÍFERAS

Na beira do fogão à lenha,

na velha casa da fazenda,

fritam-se palavras.

À duras penas,

a palavra sobrevive

ante o avanço tecnológico.

O coador no bule esmaltado,

descança o peso das palavras

sobre o fogão à lenha,

para então,pedir morada à poesia.

O velho bule, palavras que escapam

de bocas ingênuas,

à beira do fogão à lenha,

na velha casa da fazenda,

moram dentro do poema.

Por mais que informatizem a poesia,

ele nunca será robótica,

por uma razão natural;

não há como robotizar o sentimento.

Se não houver sentimento,

então não haverá poesia.