Harmonia na prateleira??
Dentes batendo, a mão agitada, a perna tremendo, o corpo dizendo, o suor da mentira, a fina presença do seu matador
De que lado vai sair
Pra que lado vai voltar
O riacho não tem água
Sigo a margem desse rio
Na secura do lugar
Sigo a frente pelo frio
Mancho a seda deste breu
Do rapaz que não morreu
Do avô que se esqueceu
E a mãe que segurou
Os filhos não saíram de casa
Pelos vales que me elevam
Pelas matas que reservam
Nas tranqüilas redes que corpos deitam
Nas maneiras de se levitar
Corpo alma tudo fica
Com a presença da verdade, procurando sem procurar
Caminhando porque é assim que se chega lá
Eu vi no fim daquela vida uma idéia que não morria, que o tempo não corrompe quando o homem se protege dos prazeres irreais, sei que aquela que guardava a verdade se escondia na pobreza pra mostrar que era certa, sei que a promessa de chegar algum lugar, depende da fortuna, da cobiça que pretende desviar, que as pessoas que se deitam sem lugar pra se deitar, sejam as mesmas que se sentam num trono de governar, qualquer fato que acaba com a vida de alguém, seja olhos desviados para o bem?, não sei de quem
Observação: Escutem Zé Ramalho, - Não existe molhado igual ao pranto - do lp Paêbiru (O caminho da montanha do sol).