Evolução...

Analisando o sistema de ensino da matemática em nossas escolas, e a sua suposta decadência no decorrer de algumas décadas, com base numa mensagem que recebi, constatei que infelizmente era a pura verdade. Eu, a Vera e a Juliana, passamos por experiência parecida neste final de semana numa loja de doces nas galerias do metrô de São Paulo.

Compramos três chocolates: 2 de R$ 2,00 e 1 de R$ 1,50. Ao pagar, a Vera quis saber se R$ 6,00 era suficiente. Ela perguntou isso porque tínhamos visto vários e optado primeiro por três iguais de R$ 2,00 cada um e no último instante substituí o meu por outro e ela não sabia o seu valor. "Dá sim - eu confirmei dizendo: são dois de dois reais, que dá quatro, mais um de um e cinquenta que totaliza cinco e cinquenta."

A balconista foi para a máquina registradora com as três notas de dois reais na mão e ficou pensativa. Fez os lançamentos e em seguida voltou várias moedas à Vera. Enquanto saíamos ligeiros à plataforma, preocupados com o horário do rush que se aproximava, esta questionou, conferindo as moedas: "acho que a moça se enganou com o troco, não era para ela me voltar cinquenta centavos?" "Sim - respondi - por quê? Quanto ela te voltou?" "Cinco moedas de cinquenta..."

Imagino que se a balconista tivesse usado apenas o cálculo mental ou aproveitado a informação que eu havia passado à Vera na frente dela, não teria se atrapalhado. Mas, como apenas usou a máquina e confiou cegamente nela... De qualquer forma, mesmo usando-a para registrar, ela deveria, no mínimo, cruzar as informações... Portanto, é o que constatamos na prática em relação ao que se via na mensagem: que as pessoas, infelizmente, não estão mais sendo treinadas para raciocinar, mas sim para simplesmente apertar botões.

Outro exemplo típico, do qual me lembrei, foi da minha experiência em padaria. Aprendi a enrolar pão da maneira manual e tradicional de quando ainda não havia máquina específica para essa finalidade. Quando ela surgiu (no final dos anos sessenta) obviamente nosso trabalho foi facilitado e a produtividade aumentada. Mas se algo acontecia a ela, voltávamos ao sistema antigo e a produção não parava. Um dia, quando trabalhava na construção de uma Hidrelétrica no Paraná (no final dos anos setenta), fui surpreendido logo de manhã com a notícia de que naquele dia a padaria da vila residencial não produziria pão. Motivo: a correia da enroladora de pão havia cortado e sem peça sobressalente não daria - segundo eles - para fazer pão, já que eram totalmente dependentes dela. A massa estava no ponto, portanto, pronta para o início da etapa seguinte. Entramos no salão, eu e mais um colega de profissão da mesma época e lugar em que trabalhei nessa área - que estava lá a passeio, e fizemos a produção do dia sair normalmente. Portanto, apenas uma década após a utilização rotineira da máquina já não se sabia mais viver sem ela...

Por outro lado, o ser humano já está fabricando robôs inteligentes... Enfim, nem tudo está perdido! Pois o dia que estiver não fará mais diferença! A menos que o robô aprenda a apertar seus próprios botões...

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 14/04/2009
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