Jogo

Me abri, me arrisquei, confiei no tempo, fiz o que podia fazer, o meu máximo foi testado, mantive a paciência, tentei te amar mais do que nunca, porém acabou - se. Você veio e fechou meu coração, colocou um cadeado e guardou a chave em um lugar secreto. Queria saber se você usará um dia essa chave, porque senão preciso dela pra viver, viver somente. Não sei amar, na verdade acho que até sei, mas talvez não será você que conhecerá, verá todo o meu profundo, o meu interior mais claro e obscuro. Tinha tanto a mostrar, tanto a te dar, e estava pronta pra receber, pra te querer pra sempre. Não te julgo, não te culpo, apenas culpo e julgo meu coração tolo que se priva mais e mais, e tem até medo da claridade. Olho pra cima e fecho os olhos, e só imploro pra sentir novamente essa coisa linda que senti por você, porque é belo e de certa forma é angelical e pacífico. A dor não se compara e não culpo o amor pela dor, não mesmo. Na verdade, agradeço por sentir, sentir, sentir até o infinito. É tão, tão, só meu, ai que profundo, finalmente eu ouço a batida e o pulsar de cada segundo, talvez a dor seja carinhosa de alguma maneira. Simplesmente sente até não poder mais e sabe que não está sozinho e que seu coração ainda bate e anseia por outro amor, por outro par de olhos que irá iluminar minha alma e fará com que se sinta completa. Não tenho carinho pela dor, mas ela tem um carinho por mim, e recebo - a tão bem que consigo respirar e saber que estou vivendo, me aliviar por ter arriscado. Perdi o jogo, mas ganhei a vida.

Daniela Mota
Enviado por Daniela Mota em 28/05/2009
Código do texto: T1618790
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