BATATAS DA SUA PERNA
O toque, o cheiro, a pele
arrepia, entorpece, me fere
os sentidos, os instintos, os gemidos
os sussuros, desnudos, aos ouvidos
Adentrando sala, cozinha, banheiro
deslizando o pescoço, enroscando corpo inteiro
carregando o gosto do amor derradeiro
que fizeram há poucos, movimento ligeiro
Sorriso livre de gás hilariante
escancarado, debochado, safado
guarda o sabor de tão doce melaço
da cana que cobria o queijo qualho
Das batatas das pernas de alguém
impecílios de degustar ninguém
hoje estou tão aquém
que não me sinto mais em um harém
me sinto parte de um meio
sem princípios nem fins
meu, seu , dele, de todos nós e de mais ninguém