E agora eu sou... COMPLETA!

Mais um dia... estava eu ali, viva. Talvez.

Existência medíocre.

Sem motivo.

Sem poder ser inteira.

E na procura do que me completasse, me perdi. Não era amor, não era família, era algo mais.

Onde achar?

Vaguei, passei dias, meses, a procura. Infinita opressão, repressão, tensão. Dor que sempre latente, torturava até que eu me olhasse e decidisse acreditar que viver incompleta era meu destino. Quando a ideia batia a porta, eu já cansada me entregava... e deixava que tomasse conta de tudo dentro de mim. Era assim, por que eu poderia dizer que sou completa, se nem ao menos saber o que me faltava eu conseguia.

Nessa tristeza de sentir um vazio vivi por tempo indeterminado. E estaria assim até hoje, se aqueles dois não tivessem surgido pra mim, em mim.

Num dia qualquer, que de qualquer não tem nada, eu os percebi. Nativa, triste-feliz, Raro, raro! E como aquilo mudou em mim o que me era tão conhecido. Nativa, Raro. O que trouxeram pra mim? Seria difícil descrever, numa breve tentativa posso dizer que deram a minha vida, o que ela não tinha. E foram tantas coisas!

Vocês podem entender a importância disso?

É de tão grande valor, que não sei se posso transmitir com essas palavras. É tudo tão pequeno pra dizer. O sofrimento deles, se tornou o meu... e o meu, o deles? Que importa? Era só preciso saber que eu tinha com quem me dividir. Tinha de quem ouvir a risada e as lágrimas secar. Assim foi ficando minha vida... eles do meu lado e eu ao lado deles. A completa união.

Nada é perfeito. Separação. Eu lá, eles cá. Raro, Nativa, cada um em um canto. E os dois no canto do meu coração. A vida ficou triste de novo, não tanto quanto antes, pois sabia que os dois existiam, porém não era a mesma coisa. Não sei se eles me deixaram ou eu os deixei, apenas sei que nos deixamos.

E lá eu vivi... sozinha, com todos ao meu redor, mas sem eles. E como poderia ser? Suportar assim! Decepção. Não queria e queria. E sem saber como voltar pra eles, fingi não saber que os queria de novo. E teria estado lá, sem eles, sem realmente desejar isso, senão a mágica não se colocasse presente entre nós.

E eu voltei. Não por muito tempo, só o suficiente pra saber, que de mim eles nunca saíram, só se esconderam, para me parecerem estranhos. Algumas horas juntos e lá se foram minhas incertezas. Só sabia e como nunca, que eram os melhores pra mim. Melhores amores, melhores amigos, melhores vidas em minha própria. E era assim que devia ser. Raro, Nativa. Superar as decepções, as negações, as discussões e aproveitar o que de tudo era nosso. Amor, felicidade, cumplicidade. E sermos completos. Eu neles, eles em mim, nós como um só.

Eterno amor, até a próxima briga!