Na África sorrir com meus irmãos
escrevo para nunca me esquecer.
que tenho compromisso, nada omisso.
que sei, eu vou lutar até morrer.
vivendo contra guerras,
as fronteiras;
que é a podridão do meu quintal.
nos gritos ecoados
tão covardes
que gritam "que o sul é meu país"
crianças, tanto quanto
revoltadas.
sou filho da mãe terra
sou guerreiro.
e tento, sem negar que sou daqui,
fugir dessa verdade,
deste devaneio.
que diz que existe:
superioridade.
não caio nesse papo
tão careta.
de falsos poetas e sujeitos
que não se acham loucos.
Porque defendo a bandeira da paz
Porque defendo a igualdade.
O poeta tem papel elementar
na luta de chegar a todos os lugares.
que não seja poesia para burguês
e não ignore mesmo que não for amigo.
e não é luta de classes
é reação
contra exploração!
Sou homem, sou mulher
não sou deus.
sou igual a um judeu,
alemão, espanhol, norte-coreano.
que fosse no nordeste ter nascido
ou na amazonia ter vivido.
na África sorrir com meus irmãos.
Sou brasileiro e gosto disso
e se eu fosse de qualquer outro lugar
também gostaria.
iria viver em paz.
como vivo hoje.
porque se busco,
se tento,
se realmente quero
naturalmente, sou.
e sendo, há de ter
alguma solução.
não que eu a tenha encontrado
é que na busca do sagrado
não há resposta,
senão a distância
e quanto falta para chegar.