Valorizando a vida ...

Quanto vale uma vida? Ninguém nunca soube responder, mas que ela tem valor, sim, ela tem.

Nasci de sete meses, e hoje isso é normal, mas na minha época, nascer de sete meses era muito arriscado, o recém-nascido chegava ao mundo sem suas defesas, e muitos não sobreviviam, mas eu sobrevivi e sem sequelas, graças a Deus.

Quando eu tinha 05 anos, fui andar de cavalo na fazenda do padrinho de meu irmão, fiz bobeira ao olhar para trás, não percebi um galho de árvore na minha frente, fui atingido, caí, fiquei com um pé preso no estribo e fui arrastado pelo cavalo por uns 400 metros, até que um amigo de meu pai, desceu do trator e conseguiu fazer o cavalo parar, antes passar por uma pedreira; me ralei todo, meus mamilos desapareceram, pois foram ralados na terra batida, mas milagrosamente cresceram novamente, eu sobrevivi, graças a Deus.

Com sete anos pulei numa piscina funda, e enquanto me afogava, minha mãe viu e me pegou pelos cabelos, sobrevivi de novo.

Depois de algum tempo longe dos perigos, já com dezesseis anos, ao voltar de uma festa com mais quatro amigos, o motorista dormiu no volante, saiu para o acostamento e ao querer retornar para a pista, perdeu o controle e capotou o carro, que virou umas seis piruletas, e eu, do banco de trás do carro, fui parar no lugar do motorista, não sei como, mas graças a Deus, ninguém se feriu gravemente.

Com dezoito anos recém completados, consegui capotar um carro dentro da cidade, e o carro era de outro amigo, que eu inconsequentemente peguei emprestado, e apesar de com o capotamento ter invadido o jardim de uma casa, não matei ninguém, e nem me feri, mas meu amigo e co-piloto quebrou o braço em três lugares.

Se você pensa que acabou, aí vai, por último, certo dia, já com vinte e três anos, homem formado, trabalhador, cabeça feita e com muito sono, ao voltar de uma despedida de solteiro de um amigo, dormi no volante do carro que dirigia, estava sozinho, atravessei um trevo movimentado dormindo, e acordei com o carro pulando as guias de concreto do tal trevo, uma a uma, intermináveis...por sorte ninguém cruzou meu caminho; acho que foi Deus, ou meu Anjo da Guarda ou Espíritos Protetores, ou todos juntos, mas agradeço por estar vivo e por não ter ocasionado a morte de nenhum inocente.

A vida vale muito, pode não ser valorada em números ou comparações, mas vale muito.

Por isso mesmo, tento não me arriscar. Nunca vou pular de para-quedas, nem mergulhar em cavernas e nem surfar ondas gigantes, e para falar a verdade, nem pular de cachoeiras altas, de pontes ou de bunge-jump (sei lá se isso se escreve assim).

Andar de avião, talvez, mas sei que vou pensar estar facilitando. Meu pai vive a me dizer: "...você já teve muitos avisos, cuidado...", sim cuidado, muito cuidado, afinal, hoje minha vida não é somente minha, meu filho depende de mim, só tem cinco anos e não quero ser somente uma lembrança, e sim uma constância em sua vida.

Quando me mostram esses esportes radicais, eu penso, "nooosssa, que radical !?!?!?!", mas nada se compara ao medo que já senti e nem aos arrepios causados pelo sopro da morte nos ouvidos. Ame a vida, e reze para seu Deus e seu Anjo da Guarda...

BORGHA
Enviado por BORGHA em 03/08/2009
Reeditado em 03/08/2009
Código do texto: T1734443
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